Encontro de ferramentaria do ABC debate políticas para o setor
Publicado: 27 Junho, 2018 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: Edu Guimarães |
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Encontro aconteceu na sede da CNM/CUT, em São Bernardo do Campo |
O Encontro de Ferramentaria do ABC realizado ontem pelo Sindicato reuniu, na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), em São Bernardo do Campo , o APL de Ferramentaria, representantes sindicais e empresários do ramo em uma discussão sobre políticas para o setor. Entre elas, o Rota 2030, a liberação dos créditos do ICMS, o Ex-tarifário e o Observatório de Ferramentaria.
O Brasil possui hoje 48,6 mil trabalhadores diretos na ferramentaria nos vários setores da atividade, sendo que 47% estão no Estado de São Paulo e 3.621 se concentram na região do ABC, segundo dados apresentados pela subseção do Dieese, com base nas informações do Ministério do Trabalho de abril de 2018.
Ainda segundo o Dieese, entre 2012 e 2018 o País perdeu mais de 18% dos empregos no setor, enquanto no ABC a queda foi muito mais drástica, de 39%.
“Nosso grande desafio é resgatar o setor de ferramentaria. Somos grandes consumidores de moldes, mas produzimos muito pouco. Temos uma mão de obra qualificada importantíssima, queremos saber onde ela está para poder resgatá-la”, destacou o secretário de Formação da CNM-CUT, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.
“Esse encontro é importante para termos o sentimento do que está acontecendo no setor, nos ajuda a pensar em políticas assertivas que realmente atinjam nosso objetivo, que as ferramentarias produzam mais, tenham mais demanda e contratem mais trabalhadores com melhores salários”, lembrou o diretor executivo, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno.
ICMS
O grande destaque do Encontro foi a expectativa de aprovação de liberação dos créditos do ICMS para compra de ferramentaria no Estado de São Paulo, que pode sair até o próximo dia 5. Em reunião realizada na última segunda-feira, 25, representantes do Sindicato, da CNM-CUT, e das associações Abimaq, Abinfer e Anfavea, estiveram com o secretário da Fazenda, Luiz Cláudio de Carvalho (foto abaixo), que se comprometeu a levar o assunto para o governador.
“O secretário entendeu a lógica da proposta, mas o decreto ainda não está assinado e temos pressa. Esse é um dinheiro que está parado, a proposta é utilizar esse recurso para irrigar a cadeia de Ferramentaria. Nesse modelo que está sendo discutido, a montadora tem que empregar o dinheiro na compra de ferramental”, explicou Wellington.
Crédito: Edu Guimarães |
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Bigodinho: Desafio é resgatar o setor da ferramentaria |
Rota 2030
Desde o início das discussões do novo programa automotivo, em abril de 2017, o Sindicato participou de 130 reuniões com Ministério da Indústria e Comércio Exterior, o MDIC, em Brasília. “O que foi discutido durante todo o ano passado era uma política arrojada que dava conta de boa parte do setor. Desde dezembro, o Rota se tornou uma política bem menor. Temos criticado muito esse tipo de arranjo que o governo tem feito, é preciso pressionar para que a ferramentaria não fique de fora”, alertou o diretor.
Ex-tarifário
O regime federal que consiste na redução temporária da alíquota de importação a qualquer empresa nacional que queira importar produtos, quando não houver produção nacional equivalente também esteve na pauta. Foi levantada a questão de que o Brasil é capaz de produzir qualquer tipo de ferramenta.
“O papel do APL é denunciar, trazer o trabalho para cá. Essa história de que não temos condições de fazer, não é verdadeira. Temos condições sim. Mas é preciso dar oportunidade, é isso que temos discutido com o governo”, lembrou Bigodinho.
Observatório
Todas as questões discutidas no Encontro estão diretamente relacionadas ao Observatório.
“O papel de um Observatório de Ferramentaria é observar a movimentação do setor, mas não adianta querer fazer o acompanhamento se não passarem as informações. Nossa maior briga é essa, ter a governança e o acesso às informações. O Observatório ainda não tem nada palpável, mas é importante amadurecer o debate e discutir uma forma que possa nos atender”, afirmou Wellington.
(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)