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Entenda em 7 gráficos as grandes transformações na economia global

Publicado: 21 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O que está acontecendo com a economia mundial? Eis algumas respostas, na forma de sete gráficos. Eles revelam um mundo que está passando por mudanças profundas.

A mais importante transformação das últimas décadas é a queda do peso das economias de alta renda na atividade econômica mundial. A "grande divergência" do século 19 e do começo do século 20, quando as atuais economias de alta renda saltaram à frente do resto do planeta em termos de riqueza e poder, sofreu uma reversão notavelmente rápida.

Arte dos gráficos: Folha de S. Paulo
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Onde um dia houve divergência hoje vemos uma "grande convergência". Mas essa convergência também é limitada. A mudança envolve acima de tudo a ascensão da Ásia e, principalmente, da China.

Nada ilustra melhor o avanço da China do que a grande poupança do país. Ela é tão grande em parte porque a economia chinesa cresceu muito e em parte porque os domicílios e empresas do país poupam muito. É provável que o capital, os mercados de capital e as instituições financeiras da China se tornem tão influentes na economia mundial do século 21 quanto o capital, os mercados de capital e as instituições financeiras dos Estados Unidos o foram no século 20.

 
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Os países emergentes e em desenvolvimento se tornaram não só cada vez mais importantes na produção mundial como estão respondendo por parcela cada vez maior da população mundial. O declínio no peso populacional dos países de alta renda é dramático.

Em 2050, a participação da África Subsaariana na população mundial deve ser tão grande quanto a de todos os países de alta renda em 1950. Os desafios criados por essa virada na distribuição populacional do planeta em direção aos países mais pobres são evidentes.

 
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A convergência econômica e as mudanças populacionais são elementos centrais do quadro econômico mais amplo. Um terceiro elemento é a mudança tecnológica. A convergência entre processamento de dados e comunicação nos trouxe a internet, a mais importante tecnologia de nossa era.

O colapso no custo relativo dos semicondutores embasa essa revolução tecnológica. A velocidade dessa queda de custo parece ter se reduzido, no entanto, o que tanto intriga quanto preocupa.

 
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Os Estados Unidos vêm alargando as fronteiras tecnológicas desde o final do século 19. Robert Gordon, professor de ciências sociais na Universidade Northwestern, demonstrou que a economia dos Estados Unidos não vem reproduzindo os notáveis ganhos de produtividade que conquistou entre 1920 e 1970.

Ele também demonstra que o surto de produtividade entre 1994 e 2014, muitas vezes atribuído à internet, terminou com um período de crescimento extremamente lento da produtividade. Erros de mensuração parecem explicar no máximo uma pequena parcela dessa perturbadora desaceleração. O investimento fraco desde a crise financeira é outra explicação parcial.

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A globalização não está se reduzindo, na economia mundial. Mas o crescimento rápido do comércio internacional e dos ativos e passivos, e das transações, transnacionais do setor financeiro parece ter estagnado.

No caso das finanças, explicações plausíveis podem ser encontradas na aversão a riscos e no reforço da regulamentação. No comércio internacional, o último ato significativo de liberalização foi a admissão da China pela Organização Mundial de Comércio (OMC), que aconteceu no longínquo ano de 2001. Muitas das oportunidades geradas pela integração internacional de cadeias de suprimentos já podem ter sido exauridas.

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A mudança rápida no poderio econômico relativo e mudanças fortes no tamanho relativo das populações dão forma ao nosso planeta. Ao mesmo tempo, as fontes de dinamismo –mudança tecnológica, crescimento populacional e globalização– estão se desacelerando. Um resultado disso, provavelmente reforçado pela crise, é a estagnação da renda real em muitos países desenvolvidos.

A crescente pressão populista nas economias de alta renda torna muito mais difícil administrar essas mudanças. Entre os desdobramentos mais significativos está a estagnação ou queda das rendas reais desde a crise financeira. Até dois terços da população, em muitos países de alta renda, parecem ter sofrido estagnação ou queda em sua renda real, entre 2005 e 2014.

 
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Pouco admira que os eleitores estejam tão ranzinzas. Eles não estão acostumados a isso e não querem se acostumar a isso.

(Fonte: Financial Times, via Folha de S. Paulo)