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ES: greve no Estaleiro Jurong Aracruz completa cinco dias

Publicado: 03 Setembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Assembleia aprovou continuidade da greve iniciada há 5 diasAssembleia aprovou continuidade da greve iniciada há 5 dias
Assembleia aprovou continuidade da greve iniciada há 5 dias

Em assembleia na manhã desta quinta-feira (3), os metalúrgicos do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), no Espírito Santo, decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado.

A paralisação já chega ao quinto dia e foi deflagrada diante do impasse nas negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho dos trabalhadores do setor naval.

A última proposta apresentada pela bancada patronal ao Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo foi um reajuste salarial de apenas 7%, o que não repõem nem a inflação do período, que chega a 9,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e está muito aquém dos 12% reivindicados.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam melhorias no auxílio-alimentação, no plano de saúde e no piso profissional.

Os metalúrgicos em greve reclamam ainda da falta de segurança no local de trabalho e das constantes ameaças feitas pela chefia. O Sindicato tem recebido várias denúncias de trabalhadores reclamando das condições precárias a quais são submetidos nas dependências do estaleiro, acompanhadas de ameaças de demissão aos empregados que estão participando dos protestos. A entidade está analisando cada caso e não descarta recorrer à Justiça para pedir a reparação dos danos sofridos pelos metalúrgicos. 

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RobertinhoRobertinho
Robertinho cobnduz a assembleia e condena posição patronal e presença policial

Mediação não adiantou
Na tentativa de resolver o impasse e pôr fim à greve, na última terça-feira o Sindicato, o Sindifer (sindicato patronal) e representantes do Estaleiro Jurong Aracruz estiveram na Procuradoria Regional do Trabalho para uma audiência de mediação.

Após ouvir os dois lados, a Procuradoria arquivou o procedimento de mediação por não haver acordo entre a empresa e o Sindicato, o que resultou na continuidade da greve.

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PolíciaPolícia
Polícia está a serviço dos interesses privados, denuncia Sindicato

Intimidação policial
Desde seu início, a greve dos metalúrgicos no EJA acontece de forma pacífica e ordeira. “Os trabalhadores, que são pais e mães de família, estão usando o movimento como sua única arma na luta por melhores condições de trabalho e de vida. É uma arma que não causa nenhum mal, a não ser um pequeno prejuízo financeiro para a empresa, que lucra milhões graças ao suor e dedicação dos empregados”, avalia o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Roberto Pereira, que também é secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

Porém, ele conta que, mesmo sendo um movimento pacífico, a polícia capixaba está, o tempo todo, a postos em frente à portaria do estaleiro, “como se estivesse preparada para uma guerra civil”. E o contingente vem crescendo a cada dia de assembleia, informa o sindicalista.

“Lamentavelmente, o Espírito Santo é o terceiro estado mais violento do Brasil e é espantoso ver que, ao invés de estar nas ruas protegendo a população, a polícia está em peso numa simples assembleia de trabalhadores. O que fica parecendo é que a segurança pública, mantida com os impostos do povo, está agindo em favor de interesses privados. Do contrário, não faz nenhum sentido deslocar três viaturas da polícia militar e mais duas viaturas do Grupo de Apoio Operacional para uma assembleia de trabalhadores, como aconteceu hoje (3). Não seria mais eficaz que toda esse contingente estivesse nas ruas, defendendo o povo, que diariamente é vítima da violência urbana, que só cresce no Espírito Santo?”, indaga o sindicalista.

(Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindimetal-ES)