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Espírito Santo: greve na Jurong ao fim, mas vai para dissídio

Publicado: 18 Setembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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 Trabalhadores encerraram a greve e esperam resultado da ação de dissídio 

Na manhã desta quinta-feira (17), os metalúrgicos do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) decidiram encerrar a greve e esperar pelo resultado da ação de dissídio coletivo trabalhando.

A volta dos metalúrgicos ao trabalho foi recomendada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-ES) durante a audiência de conciliação entre o Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e o Sindifer (sindicato patronal), realizada ontem (16), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Os trabalhadores aceitaram a proposta que também incluí a garantia de que na próxima segunda-feira a empresa fará o pagamento do adiantamento salarial àqueles que participaram da paralisação.

A greve dos metalúrgicos teve início no último dia 31, após os trabalhadores rejeitarem a proposta patronal para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Na ocasião, a Jurong ofereceu apenas 5% de reajuste salarial, enquanto os empregados pleiteavam 12% e melhorias no valor do auxílio-alimentação e planos de saúde e odontológico extensivos à família.

Mesmo com a paralisação e a pressão dos trabalhadores, a empresa se manteve irredutível e o avanço na proposta só aconteceu através de mediações judiciais. Foram feitas duas mediações, uma no Ministério Público do Trabalho e outra na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, quando se chegou a um reajuste de 8.5%. Colocada em votação, a proposta foi rejeitada pelos trabalhadores por não repor nem a inflação do período que fechou agosto em 9.88% (INPC).

Na assembleia, os trabalhadores também decidiram alterar o pleito referente ao índice de reajuste salarial, passando de 12% para 10% e manter a greve até a empresa ceder à reivindicação dos metalúrgicos.

Entretanto, a Jurong fugiu dos trabalhadores, correu para o caminho que ela acredita ser mais fácil e ajuizou uma ação de dissídio coletivo, se livrando da responsabilidade da negociação salarial e jogando a bomba no colo da Justiça.

O Sindimetal-ES tem 10 dias para apresentar a defesa em favor dos trabalhadores, posteriormente a ação será julgada.

O Sindimetal-ES espera que o poder judiciário do Espírito Santo seja sensível à causa dos trabalhadores e entenda o quão duro e árduo é o trabalho dentro do EJA e, para compensar, o mínimo que os companheiros devem ter são salários dignos e benefícios sociais que lhe ofereçam mais qualidade de vida.

O Sindicato agradece a mobilização de todos os companheiros e parabeniza esses homens e mulheres corajosos que foram firmes e lutaram com bravura para defender o interesse de milhares de trabalhadores. O Sindimetal-ES adianta que a luta não terminou, ela só está começando. Futuramente outras negociações acontecerão e por isso os companheiros devem permanecer unidos e mobilizados.

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo)