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EUA suspeitaram de acordo secreto entre Embraer e Bombardier

A preocupação dos EUA não era com a defesa do livre comércio, mas com os interesses da americana Boeing, revelam telegramas captados pela Wikileaks

Publicado: 30 Maio, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os Estados Unidos da América suspeitaram da existência de um acordo de cavalheiros entre a brasileira Embraer e a canadense Bombardier, para a divisão de encomendas e a conquista de mercado, em prejuízo da americana Boeing.

Telegramas secretos da diplomacia americana, publicados pelo grupo WikiLeaks e citados na edição de hoje do "Estado de S. Paulo", revelam novos bastidores da guerra comercial entre Brasil e Canadá em torno dos subsídios ao setor aéreo. Segundo os documentos, os Estados Unidos acreditavam que Embraer e Bombardier só resolveram a disputa após selar um acordo de cavalheiros em que dividiram encomendas. A fabricante brasileira nega, enquanto a canadense não comenta.

A preocupação dos EUA não era com a defesa do livre comércio, mas com os interesses da americana Boeing e como a empresa poderia ser afetada pelo suposto "duopólio".

A disputa entre Bombardier e Embraer é uma das maiores guerras comerciais em que o Brasil já esteve envolvido. Para apoiar as empresas, os governos brasileiro e canadense se acusaram mutuamente na Organização Mundial de Comércio (OMC). Iniciados em 1996, os processos se arrastaram por sete anos e só terminaram quando ambos os países foram condenados a modificar os programas de apoio à exportação de aeronaves.

Nos EUA, porém, não prevaleceu a versão de que a guerra acabou com fim dos subsídios ilegais. Segundo o "Estado de S. Paulo", em um telegrama enviado em 4 de agosto de 2005, a embaixada americana em Ottawa, no Canadá, relata o caso ao Departamento de Estado e diz que "a disputa só esfriou em 2002-2003 com uma paz negociada. Bombardier e Embraer dividiram encomendas importantes da US Airways e da Air Canadá".

Fonte: O Estado de S. Paulo