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Exportações puxam alta de 23,3% na produção de veículos no semestre

Publicado: 07 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A produção de veículos entre janeiro e junho deste ano subiu 23,3% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 1,26 milhão – pouco mais do total produzido no ano passado (2,1 milhões). O motor da alta foram as exportações, que cresceram 57,2% na mesma base de comparação.

Em termos absolutos, 372.563 automóveis produzidos no Brasil no semestre foram vendidos ao exterior, segundo dados divulgados nesta quinta (6) pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Diante da recessão interna, com queda na demanda e restrição ao crédito, a saída encontrada pela indústria automobilística foi escoar sua produção para o exterior –sobretudo para mercados latino-americanos.

A desvalorização do real (mais forte no ano passado), por sua vez, facilitou essa reorientação estratégica.

Melhora das expectativas
O desempenho positivo motivou as montadoras a elevarem as expectativas para a produção do setor em 2017. Originalmente, as empresas esperavam um crescimento de 11,9% neste ano, percentual que foi revisado para 21,5% –ou 2,619 milhões de veículos.

O otimismo é resultado da expansão das exportações, uma vez que a estimativa de vendas no mercado interno foi mantida em alta de 4%, para 2,13 milhões de veículos, disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

A nova estimativa da Anfavea para as exportações de veículos do Brasil passou de crescimento de 7,2% para alta de 35,6% neste ano, totalizando 705 mil unidades.

Questionado se a crise política que atinge o governo do presidente Michel Temer, alvo de denúncia do Ministério Público acusado de corrupção, poderia influenciar as projeções para 2017, Megale disse acreditar que "está gradualmente havendo um descolamento do setor econômico do político".

O presidente da entidade, contudo, faz a ressalva de que a expansão deve ocorrer no segmento de automóveis e comerciais leves, mas não no de caminhões e ônibus, cuja tendência para o segundo semestre é de baixa.

Emprego
A melhora nas expectativas, contudo, não deve refletir em um aumento de contratações do setor por enquanto. Entre dezembro de 2014 e de 2016, as montadoras cortaram cerca de 23 mil postos. Em junho, haviam 121.600 pessoas empregadas nas empresas associadas à entidade.

"Quando mercado interno começar a crescer, aliado às exportações, aí sim [as contratações serão retomadas]", disse Megale. "Precisamos de solidez do mercado para que as empresas acrescentem turnos de produção", afirmou.

Segundo o presidente da entidade, o índice de ociosidade da indústria ainda gira em torno de 50%. Com a previsão de aumento da produção neste ano, o percentual deve cair para 40%.

"Ainda temos um grande período pela frente para chegarmos a níveis razoáveis de ociosidade, de em torno de 15%", disse.

Agricultura
A produção de máquinas agrícolas foi positivamente influenciada pela melhora do desempenho do setor, que vive colheitas recordes neste ano. No semestre, houve aumento de 41,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a junho de 2016, a alta foi de 15,5%.

Já na comparação com maio, houve queda de 5,8%. O cenário também foi de retração nas vendas, que recuaram 0,1% em relação ao mês anterior e 1,2% sobre junho do ano passado.

A piora é resultado da desaceleração do ritmo de compras de agricultores em junho, que aguardam a definição de financiamentos do Plano Safra, anunciado em junho, afirmou a vice-presidente da Anfavea, Ana Helena de Andrade.

(Fonte: Folha de S. Paulo)