MENU

Família Schaeffler procura soluções para evitar ruptura da Continental

Publicado: 12 Fevereiro, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A família Schaeffler, dona de 90% do grupo Continental, multinacional alemã que detém meia dúzia de fábricas em Portugal, está tentando negociar com a banca uma solução para reduzir a dívida. Pretende trocá-la por posições no capital da fabricante de pneus, tentando evitar a provável insolvência. O governo da Alemanha também já se disponibilizou para ajudar.

O executivo de Angela Merkel admitiu reabrir as negociações com a família Schaeffler, assim que esta chegue a um entendimento com a banca relativamente à sua reorganização. "Assim que exista esse plano, haverão mais negociações", afirmou Steffen Moritz, porta-voz do Ministério da Economia da Alemanha, citado pela Blomberg.

Até ao momento, a família Schaeffler não submeteu qualquer proposta sobre como será utilizada a ajuda governamental. Um porta-voz da fabricante afirmou que a empresa está a preparar um plano de negócios junto das instituições financeiras e que o mesmo deverá estar concluído nas próximas semanas.

Fontes contactadas pela agência Bloomberg afirmam que a família detentora de 90% da Continental poderá vir a procurar um entendimento com a banca, no sentido de trocar posições no capital da fabricante pela dívida. A família Schaeffler está afogada numa dívida de 11 mil milhões de euros, contraída para comprar a Continental AG, através de uma OPA hostil recentemente concluída.

Entre os financiadores da OPA, e principais credores da família Schaeffler, estão o Royal Bank of Scotland, o UBS, o Commerzbank, Dresdner, Landesbank e também uma unidade de financiamento do UniCredit. Cada acção da Continental foi comprada a 75 euros. Hoje, valem apenas 15 euros.

A família alemã Schaeffler está sob pressão. A não obtenção de acordos com os seus credores pode ditar a insolvência e ameaçar a viabilidade do grupo Continental, multinacional alemã que detém meia dúzia de fábricas em Portugal, e que emprega mais de duas mil pessoas, das quais cerca de 1.450 na fábrica de pneus em Famalicão

"Olho para isto com alguma ansiedade para ver este problema resolvido", confessou ao Negócios António Lopes Seabra, presidente da subsidiária lusa daquela multinacional germânica. Apesar de ansioso, o gestor afirma estar "mais preocupado com a crise económica do que propriamente com esta crise accionista".

Fonte: Jornal de Negócios Online