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FSM | Educação popular precisa se reinventar dentro do contexto histórico

Publicado: 16 Março, 2018 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

É preciso voltar a fazer o trabalho de base na educação. Este foi o mote que permeou a atividade "Que democracia temos e que democracia queremos? Um debate desde a perspectiva da educação popular",  dentro da programação do Fórum Social Mundial, que ocorrem em Salvador, nesta quarta-feira (14).

Para o presidente do Conselho da Educação Popular da Costa Rica, Oscar Jara, a democracia encontra-se em crise na América Latina, que se expressa em níveis de violência.

Neste cenário, a educação popular apresenta papel importante frente aos desafios democráticos e apresenta três pontos, um deles que educação popular e contexto histórico estão vinculados.

“A educação popular não pode ser compreendida fora do contexto histórico, não podemos falar de educação popular como um jeito único, os processos de educação popular deveriam falar de processos que correspondem a momentos históricos particulares, portanto nós temos que reinventar o que significa fazer educação popular em cada contexto”, pontua.

Os outros dois pontos que o pesquisador avalia como importantes é que a educação popular deve está voltado para um processo de organização e mobilização popular e que os sujeitos são protagonistas de transformação social e política, contudo em tempo de informações nebulosas criadas por fakenews.

Djacira Araújo da direção nacional do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, explica que é necessário inovar.

“Nós precisamos repensar em recriar os métodos, também os instrumentos de organização. Do ponto de vista da esquerda tradicional, os sindicatos tem sofrido uma ofensiva muito grande de desmobilização de suas bases. Não é só por uma questão de que houve uma ausência do trabalho de base, mas porque a própria direita prende os instrumentos de disputa por essa base”, avalia.

O frade dominicano e escritor Frei Betto, que também participou da mesa do debate, critica que a metodologia aplicada nada tem a ver com os princípios de Paulo Freire e pontua que é necessário resgatar a formação de militantes para que possam construir um país mais justo e solidário.

“Então nós temos que voltar a esse trabalho, lutar sim nessa atual conjuntura, resistir ao golpe, mudar o quadro do Congresso e os poderes legislativos nas eleições de outubro. Mas também pensar o Brasil a longo prazo, e isso significa formar uma nova geração de militantes capazes de buscar uma saída pós-capitalista, ou seja, construir um país onde seja partilhado entre todos os frutos do trabalho humano e os bens da terra. Isso se chama socialismo”.

(Fonte: Lilian Campelo, Brasil de Fato)