Funcionários da Bosch Freios pararam na quinta-feira
Publicado: 30 Março, 2007 - 08h00
Escrito por: CNM CUT
Os funcionários do setor de produção da multinacional alemã Robert Bosch, unidade de freios, localizada no bairro São Bernardo, em Campinas, cruzaram os braços na quinta-feira.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região afirmou que mais de 680 a 700 funcionários não trabalharam em decorrência de uma medida adotada pela empresa que teria aumentado a carga horário de trabalho dos metalúrgicos.
O sindicalista, Eliezer Cunha, afirmou que a Bosch aumentou em 30 minutos o horário de trabalho dos funcionários do chão de fábrica. Ele explicou que, de 1999 a 2001, vigorou acordo, renovado anualmente, que definia apenas meia hora de almoço para que os funcionários não tivessem que trabalhar aos sábados.
'Só que o acordo não foi mais renovado e o Ministério Público do Trabalho exigiu agora que os trabalhadores façam uma hora de almoço como prevê a legislação', comentou.
Durante os últimos meses, segundo Cunha, o sindicato e a Bosch tentaram um acordo sobre a carga horário dos metalúrgicos sem sucesso. A empresa decidiu então que a partir de segunda-feira os trabalhadores vão entrar mais cedo e sair mais tarde.
'A nossa luta que é a carga horária seja de 40 horas semanais', informou. Hoje, de acordo com a entidade, a carga é de 42h45 minutos semanais. A Bosch teria concordado com a redução de meia hora por semana, mas a proposta é rechaçada pelos trabalhadores e ainda não contempla a exigência do Ministério Público.
O sindicalista afirmou que outro ponto a ser resolvido é o pagamento de um passivo de horas gerado pela falta do acordo. Ele salientou que durante os últimos anos a empresa não quis sentar para discutir um novo acordo que garantisse o direito dos trabalhadores.
'O funcionário pode até fazer meia hora de almoço, mas isso deve estar em acordo. Caso contrário, o Ministério Público estabelece a execução de uma hora de almoço' , disse. Até o início da noite de ontem, o sindicalista disse que a fabricante não havia aberto nenhum canal de diálogo.
Em nota oficial, a Robert Bosch informou que ao contrário do que foi divulgado pela entidade, a alteração no horário de almoço dos colaboradores não provocou aumento da carga horária de trabalho.
O intervalo de almoço de 30 minutos era resultado de um acordo firmado entre a empresa e o sindicato como compensação da extinção dos turnos aos sábados, ocorrido há mais de 10 anos.
Segundo a empresa, por solicitação da Sub-delegacia Regional do Trabalho de Campinas, o intervalo teve de ser ampliado para 1 hora, resultando no ajuste dos horários de entrada e saída dos turnos a partir de 1 de abril.
A Bosch reforça que 'a carga de trabalho semanal foi reduzida para o primeiro turno e mantida para os demais. Este fato é ratificado pela decisão da empresa de não voltar a adotar o trabalho aos sábados'.
Na nota, a empresa diz que 'por atuar de forma legal e transparente, a Bosch vem desde novembro de 2006 dialogando com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas a respeito do tema. A empresa reafirma que está aberta ao diálogo e conta com a compreensão de seus colaboradores no entendimento da questão'.
Fonte: Agência Anhangüera