MENU

Fusão Nokia-Siemens: estratégia de olho em 2015

Publicado: 14 Fevereiro, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Integração promete economia de 1,5 bilhão de euros em 2010; carteira atinge hoje 450 operadoras. Em um exercício para visualizar os desejos de clientes no futuro próximo, a Nokia Siemens Networks elegeu 2015 para focalizar sua atenção e a partir daí traçar os passos de sua estratégia de médio prazo.

Utilizou uma pesquisa de mercado e concluiu que em oito anos o mundo conterá 5 bilhões de pessoas conectadas acessando conteúdos extraídos da internet e das redes de comunicação IP que estarão disseminadas pelo globo inteiro, com centenas de provedores diferentes.

Para atender às necessidades de conexão, a Nokia juntou sua unidade de equipamentos à da Siemens e pela primeira vez no 3GSM World Congress, em Barcelona, o executivo chefe da joint venture, Simon Beresford-Wylie, apresentou o logotipo da marca Nokia Siemens Networks, que ainda não começou a operar.

'A competição é intensa no ramo das redes e a pressão das teles é crescente por redução de custos, avanços tecnológicos e inovação', disse Wylie justificando a iniciativa que estima redução de custos em torno de 1,5 bilhão de euros em 2010. Hoje, a fusão atende a 75% das 600 operadoras telefônicas de todo o mundo, alcançando 1 bilhão de usuários finais em 150 países. Possui 20 mil profissionais.

A fim de estar capacitada para o novo cenário de exigências, a Nokia Siemens decidiu sair de um mundo exclusivo de infra-estrutura para o mundo da internet e da convergência. 'Há um grande potencial a ser explorado em terceira geração (WCDMA) e isso tem de ir ao mercado certo na hora certa', disse o executivo. Ele se referia a um estudo feito a pedido da Nokia em 20 países cujo resultado indicou que as mudanças esperadas em 15 anos serão proporcionais à distância entre o megabyte e o gigabyte.

Em linhas gerais, em 2015 a velocidade do tráfego na internet vai ser multiplicada por cem vezes a atual. E o telefone celular vai ser o grande instrumento de acesso aos serviços de rede que surgirão.

Hoje, os sistemas demoram 15 anos para se massificar. Mas em 2015 as necessidades serão mais específicas, com mercados regionais exigindo soluções pontuais e customizadas, acredita o principal executivo da Nokia-Siemens. É esperado que surja e se fortaleça um modelo de compartilhamento entre desenvolvedores, parceiros e comunidades. 'Não importa o porte da empresa, todos teremos de fazer parcerias', previu.

A inovação tem de estar no DNA da empresa, sob risco de ela não sobreviver. No portfólio da Nokia Siemens aparecem aplicações e contratos em internet e multimídia, serviços de hospedagem e gerenciamento de redes.

No Brasil

A fusão no Brasil encontra-se na fase de definir o quarto escalão. Recentemente, o presidente designado para a América Latina, Fernando Terni, deixou a empresa e foi substituído provisoriamente pelo finlandês Heikki Kasko. Um time de 15 pessoas está sendo selecionado, sendo que alguns responderão à Helsinque e outros à Munique, disse Aluizio Byrro, vice-presidente da Nokia Siemens no Brasil. 'Centenas de pessoas estão envolvidas no processo de fusão, para criar uma estrutura coesa e profissional', disse.

Fonte: O Estado de S.Paulo