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Gasolina pode ter maior alta em 13 anos

Publicado: 24 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os postos de gasolina começaram a receber, na sexta-feira (21), combustíveis já com as novas alíquotas de PIS/Cofins anunciadas na quinta pelo governo federal. Se houver o repasse integral do aumento, a gasolina subirá, em média, 11,7%, a maior alta pelo menos desde 2004, início da série histórica semanal de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e biocombustíveis (ANP).

Levantamento feito pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, mostra que as distribuidoras aumentaram os preços da gasolina em R$ 0,4075 por litro, praticamente o mesmo valor anunciado pelo governo (R$ 0,41). "Não me lembro de outra ocasião em que subiu tanto de uma só vez. Com certeza, vai ter reflexos nas vendas, porque o consumidor não tem mais de onde tirar dinheiro."
De acordo a ANP, a única vez, desde 2001, em que a gasolina subiu mais do que isso foi em novembro de 2002: alta de 12,3% nas bombas, ou R$ 0,55 a preços atuais. A estatística, porém, considera o preço mensal.

Gouveia diz que o diesel foi elevado em R$ 0,2297, e o etanol, em R$ 0,2082. A conta é resultado de comparação entre faturas emitidas na sexta com os preços de antes da mudança nos impostos.

Considerando o preço médio verificado pela ANP em postos na semana passada, de R$ 3,485 por litro, o repasse elevará o valor a R$ 3,895. É o valor mais alto desde março de 2016, quando a gasolina custava R$ 3,909, em valores atualizados, segundo cálculo feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) a pedido da reportagem.

A elevação dos impostos interrompe uma trajetória de queda dos preços nos postos que dura desde o início do ano, resultado de reduções promovidas pela Petrobras para tentar conter importações por empresas privadas. Para especialistas, os preços da refinaria devem ser mantidos em baixa, uma vez que não há perspectivas de alta do petróleo e a Petrobras continua sofrendo concorrência com importados.

(Fonte: Valor Econômico)