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Golpe contra o mandato da presidenta Dilma também foi midiático, avaliam comunicadores

Renata Mielli, do FNDC, e Renato Rovai, da Revista Fórum, participaram nesta terça-feira (31) do Seminário Nacional de Comunicação dos Metalúrgicos da CUT.

Publicado: 31 Maio, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Roberto Parizotti
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Da esquerda para direita: Marli Melo, Renato Rovai e Renata Mielli 

“O golpe contra o mandato da presidenta Dilma é midiático. A pauta da comunicação nos movimentos sindical e social está inserida na necessidade de denunciar também a mídia privada, que foi a principal articuladora do golpe”. Esta foi a avaliação da jornalista e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Renata Mielli, durante o Seminário Nacional de Comunicação dos Metalúrgicos da CUT. A atividade, que começou nesta terça-feira (31), e se estende até quarta-feira (1º), é destinado a dirigentes e jornalistas de federações e sindicatos da categoria de todo país.  O encontro acontece na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em São Bernardo do Campo (SP).

Mielli também criticou o governo interino golpista, que recentemente exonerou Ricardo Pereira de Melo, presidente da EBC (empresa pública de comunicação do Brasil, criada em 2007 para gerir as emissoras de rádio e televisão públicas federais). Segundo ela, a lei que criou a EBC, de 2008, estabeleceu que o mandato do diretor-presidente é de quatro anos, não coincidentes com os mandatos do presidente da República. “O Ricardo deveria ficar na presidência da entidade até 2020. Este desmonte da EBC não vai parar por aqui. Os próximos ataques serão contra a mídia alternativa, contra o movimento sindical e assim por diante”, afirmou. “Quando barrarmos o golpe precisamos colocar como debate central a democratização da comunicação, que impacta diretamente toda a sociedade”, disse.

Crédito: Roberto Parizotti
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Seminário tem participação de jornalistas e dirigentes de entidades sindicais 


A mesa sobre “A Democratização da Comunicação e os Desafios dos Trabalhadores” também teve como palestrante o jornalista, blogueiro e diretor da Revista Fórum, Renato Rovai.

O jornalista destacou em sua interversão a rede social como contraponto à manipulação das grandes empresas de comunicação.   “A internet abriu as portas para um novo ciclo de produtos afirmativos independentes que antes não tinham espaço para disputar com a hegemonia da grande mídia. Hoje, a esquerda tem veículos que disputam efetivamente a informação”, contou. “Esta transformação também muda a maneira como as entidades sindicais se comunicam com a base. As novas gerações de trabalhadores estão o tempo todo conectadas e o desafio é levar a informação e fidelizar este novo perfil.”

Rovai também lembrou dos grandes movimentos que tiveram como instrumento as redes sociais, como foi o caso das manifestações de junho de 2013 no Brasil e a Primavera Árabe (que teve início na Tunísia em 2010 e depois se espalhou por países do norte da África e Oriente Médio).

O debate surgiu a partir do filme Levante Sua Voz, produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação, que incentiva o debate sobre o direito à comunicação no país (assista aqui).

Abertura
Pela manhã, a mesa de abertura do Seminário de Comunicação contou com a presença da secretária de Comunicação e presidente da CNM/CUT, Cláudia Albertina e Paulo Cayres, além da secretária de Comunicação da CUT São Paulo e do secretário de Comunicação da CUT Nacional, Adriana Magalhães e Roni Barbosa, respectivamente.

Crédito: Roberto Parizotti
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Mesa de abertura teve a presença de Roni Barbosa, Cláudia Albertina, Cayres e Adriana Magalhães

Em sua intervenção, Cláudia Albertina lembrou que a Secretaria de Comunicação da Confederação foi criada no 9º Congresso da categoria, realizado em abril de 2015. “A ideia é trazer propostas para enfrentar as dificuldades da comunicação no movimento sindical. Ao final do encontro, queremos fortalecer e construir a rede comunicação dos metalúrgicos da CUT”, afirmou.
 

Crédito: Roberto Parizotti
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Cláudia Albertina               

Já Adriana Magalhães, ressaltou a importância da mídia alternativa para defender a democracia brasileira, que, recentemente, foi atacada pela mídia golpista e oposição de direita.  “O Seminário traz a oportunidade de consolidar os meios de comunicação alternativos, que foram essenciais para a vitória do governo popular de esquerda. O sindicalismo cutista está presente em todos os estados e sua mídia ajudou na divulgação da pauta deste governo para todos os trabalhadores.”

Roni enalteceu o desafio do movimento sindical para se comunicar com a juventude trabalhadora.  “Hoje, os jovens são mais tecnológicos e conectados. Quais são as nossas estratégias para alcançar a juventude?”, indagou.  “Precisamos nacionalizar a TVT e divulgar os conteúdos do site da Rede Brasil Atual, por exemplo, que são um dos nossos principais instrumentos de comunicação. Vamos criar novos mecanismos para que estas informações cheguem a todos”, completou.

De acordo com Cayres, a discussão da comunicação também perpassa a ideologia política.  “O golpe foi consolidado por conta da mídia conservadora golpista. Mas está claro que podemos derrotá-la, assim como vencemos quatro vezes desde 2002. A comunicação do movimento sindical precisa trabalhar conjuntamente com as mesmas pautas em defesa dos trabalhadores e contra a pauta do empresariado”, disse.

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)