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Governo quer estimular crédito de veículo

Publicado: 28 Abril, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O Ministério da Fazenda estuda medidas para aumentar o índice de aprovação de financiamentos para a compra de veículos, como forma de atenuar a crise que vive a indústria automotiva brasileira. As medidas envolvem a melhora das regras para recuperação de veículos dados como garantia em caso de inadimplência, tornando esse processo mais eficiente e barato. Também em estudo está a criação de um fundo que serviria como garantia complementar para as operações de crédito de veículos, o que aliviaria o impacto de operações inadimplentes nos bancos.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) lideram as discussões e têm procurado alguns bancos. Os estudos começaram a partir do encontro que a Anfavea teve com a presidente Dilma Rousseff no dia 17 de abril. O principal objetivo é diminuir a rejeição de propostas de crédito pelos bancos.

A medida mais imediata envolveria melhorar os mecanismos de recuperação de veículos em casos de inadimplência. A lógica é que, deixando a garantia da operação mais forte, os bancos se sentem mais confortáveis em conceder o crédito.

O processo de recuperação de um veículo de devedor inadimplente pode custar até R$ 15 mil e se arrastar por meses - o que desestimula os bancos a tentar recuperar o crédito em alguns casos. As instituições financeiras também têm que arcar com outros débitos ligados ao veículo recuperado, como o IPVA. Além disso, as regras de como deve ser conduzida a retomada e os custos envolvidos no processo variam entre diferentes partes do Brasil. O que está sendo proposto é uma forma de tornar todo o processo mais barato, ágil e padronizado em todo o território nacional, segundo apurou o Valor.

Já as discussões sobre a criação de um fundo para o crédito de veículos ainda estão em estágio inicial, dizem fontes ouvidas pelo Valor . Cogita-se que ele seja constituído nos moldes do Fundo de Garantia de Operações (FGO), que serve de seguro complementar às operações de micro, pequenas e médias empresas tomadoras de empréstimos de capital de giro e de investimento. Na regra do FGO, o fundo cobre até 80% do valor contratado, limitado a R$ 650 mil, no caso de investimento, e R$ 250 mil, no caso de operação de capital de giro. São os bancos públicos, porém, os grandes usuários do FGO.

Nesta semana, representantes da indústria de veículos estarão em Brasília para discutir com o governo alternativas para destravar o crédito a automóveis. No Ministério da Fazenda, a Anfavea deverá ser recebida pelo secretário-executivo Paulo Rogério Caffarelli, em uma reunião para tratar o tema que, segundo a própria associação dos fabricantes, deve acontecer até a quarta-feira. Luiz Moan, presidente da entidade, confirma que o setor tem negociado medidas para liberar os financiamentos de veículos e que o governo vem discutindo isso com os bancos.

Ele, porém, evita comentar a possível criação de um fundo para cobrir calotes ou mecanismos para facilitar a recuperação de veículos em caso de inadimplência. "Já dei mais de 15 ideias [ao governo], mas não sei exatamente para onde elas caminham", afirma o dirigente.

(Fonte: Valor Econômico)