Greve contra as demissões na Ford completa uma semana
Publicado: 16 Setembro, 2015 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: Adonis Guerra |
- |
Trabalhadores estão em greve desde a última quarta-feira |
A greve dos metalúrgicos na Ford, em São Bernardo do Campo (SP), completa hoje uma semana de protesto contra mais de 200 demissões anunciadas pela montadora.
Durante toda a tarde de ontem (15), a representação dos trabalhadores esteve reunida com a empresa para negociar saídas que revertam as demissões, mas não houve negociação.
“A Ford não quer uma solução simples, infelizmente”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, durante assembleia na portaria 18 ontem pela manhã.
Segundo ele, o pessimismo do empresariado brasileiro contagiou a Ford e tem contaminado as negociações. “A empresa alega dificuldades pelo rebaixamento da nota do Brasil por uma agência classificadora de risco, a Standard & Poor’s, e o descontrole no câmbio do dólar”, explicou.
“Essas duas justificativas são inaceitáveis para nós. Primeiro porque o principal fator da nota foi quando o governo levou a proposta de orçamento 2016 ao Congresso com previsão de déficit de R$ 30 bilhões. “Só que o grau de investimento pode ser garantido pelo esforço que o governo está fazendo. As outras agências de risco estão analisando, mas não irão tomar as decisões agora”, afirmou.
“O segundo ponto é que se a Ford não consegue aproveitar a alta do dólar, é porque ela desnacionalizou as suas peças. Se ela comprasse as peças no Brasil, estaria pagando mais barato”, explicou.
Rafael defendeu ainda o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para atravessar o momento de crise e manter os trabalhadores empregados. “A queda na produção pode ser administrada pelo PPE”, defendeu.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres, concorda. Para ele, o PPE é uma alternativa para assegurar o emprego e renda dos trabalhadores. “Os direitos ficam garantidos e o trabalhador permanece com seu vínculo empregatício, inclusive com FGTS e os benefícios assegurados em convenção coletiva”, afirmou.
Solidariedade Internacional
Os trabalhadores em greve na Ford receberam a solidariedade da UAW, o sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva dos Estados Unidos. O representante da UAW no Brasil, Rafael Messias Guerra, participou da assembleia nesta terça-feira (16) e reforçou a importância da união dos trabalhadores. Clique aqui e confira a íntegra da carta.
(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com informações da CNM/CUT)