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Greves e protestos marcam Campanha Salarial em cinco bases sindicais do RS

Sapiranga, Novo Hamburgo, Santa Luzia e Canoas têm data-base em 1º de maio, mas ainda não selaram convenção coletiva. Em São Leopoldo, data-base é 1º de julho e negociação não avança.

Publicado: 21 Agosto, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Metalúrgicos da CUT de cinco bases sindicais do Rio Grande do Sul seguem em Campanha Salarial no Estado, intensificando ações de mobilização para pressionar as entidades patronais a assinarem os acordos coletivos de trabalho. Em São Leopoldo, a data-base é 1º de julho, mas em quatro bases – Sapiranga, Novo Hamburgo, Canoas e Santa Maria – a data-base da é 1º de maio, como a maioria da categoria no estado.

Em Sapiranga, por exemplo, os metalúrgicos estão fazendo greves de um dia, com acampamentos e outras ações. O presidente do Sindicato, Mauri Schorn, disse que essa nova estratégia foi adotada para pressionar ainda mais os empresários. “Desde o início da Campanha Salarial, só tivemos uma rodada de negociação coletiva, em 12 de maio, quando os patrões ofereceram apenas a reposição da inflação (de 5,82%) e ainda de forma parcelada. A proposta foi rejeitada e de lá para cá não conseguimos mais negociar”, explicou Schorn, que também é diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

Crédito: Divulgação
Almoço na Metalsinos e protesto na Mould MatrizesAlmoço na Metalsinos e protesto na Mould Matrizes
Almoço na Metalsinos e protesto na Mould Matrizes, em Sapiranga

Por isso, desde o início desta semana, o Sindicato tem promovido greves de um dia. “Antes, os trabalhadores só estavam parando uma hora, participando de assembleias e mobilizações no horário de entrada”, lembrou. Nesta quinta-feira (21), a greve, com acampamento, está sendo feita na Mould Matrizes.

Ontem, foram os trabalhadores na Metalsinos que cruzaram os braços, mas permaneceram em frente à fábrica, participando de um almoço coletivo preparado pelo Sindicato.

Sindicatos patronais regionais
Segundo o presidente do Sindicato, nunca houve uma Campanha Salarial tão longa. “Não há explicação para isso”, disse, esclarecendo que nas regiões com data-base em 1º de maio que ainda estão em Campanha Salarial há sindicatos patronais regionais com os quais as entidades dos trabalhadores devem negociar. “Sapiranga e Novo Hamburgo negociam com o mesmo sindicato empresarial”, informou Mauri.

É por esse motivo que estas bases sindicais não participam das negociações feitas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos, que também enfrentou uma campanha salarial longa e chegou a um acordo com os empresários de metalurgia há poucos dias, garantindo aumento salarial de 7,5%. Antes, a FEM-RS já havia selado acordo com os setores de máquinas agrícolas e reparação de veículos, garantindo reajuste de 8%.

Negociação e pressão por empresas

Crédito: Divulgação
Paralisações na Beretta e na Metal MolasParalisações na Beretta e na Metal Molas
Paralisações na Beretta (Nova Santa Rita) e na Metal Molas (Canoas)

No caso de Canoas e Nova Santa Rita, a estratégia do Sindicato foi a de buscar acordos por empresa. A mobilização feita garantiu que mais de 70% da base conseguissem assegurar aumento salarial de 8%.

Mas as ações da categoria continuam. Nesta quinta-feira (21), foi a vez dos metalúrgicos na Metal Molas cruzarem os braços. Ontem, os trabalhadores de todos os turnos na Beretta, em Nova Santa Rita fizeram o mesmo.

Já em São Leopoldo, cuja data-base é 1º de julho, o Sindicato tem feito assembleias com paralisações para mobilizar os metalúrgicos. Na última terça-feira (19), mais de mil trabalhadores na Stihl ficaram parados por quase três horas, participando de assembleia e protesto convocado pela entidade sindical.

Os empresários estão oferecendo apenas a reposição salarial de 6,06% (INPC) parcelada em duas vezes, oferta rejeitada pela categoria, que quer o INPC integral e 4% de aumento real e a mudança da data-base para 1º de setembro, entre outras reivindicações.

Crédito: Divulgação
Loricardo na ação sindical na StihlLoricardo na ação sindical na Stihl
Loricardo na paralisação da Stihl, em São Leopoldo

Na assembleia, o secretário de Política Sindical da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, relatou a situação das campanhas da categoria pelo Brasil. Ele também lembrou que o setor continua crescendo e que, por isso, as empresas têm condições de atender às reivindicações da categoria.

(Acesse aqui informações com o balanço das campanhas salariais do primeiro semestre)

Já o presidente do Sindicato, Jorge Edemar Corrêa, afirmou que, se necessário, novas paralisações serão feitas na Stihl e em outras empresas da região. “Vamos continuar mobilizados para conseguir um reajuste digno e as cláusulas sociais pelas quais lutamos. Os patrões vão ter que nos atender”, disse.
 
Durante a assembleia, a entidade serviu um café da manhã para os trabalhadores. Representantes dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Novo Hamburgo, Canoas e Sapiranga, professores e vigilantes de São Leopoldo,  bancários de Taquara e sapateiros de Novo Hamburgo participaram da atividade e demonstraram a solidariedade com os metalúrgicos da região.

(Fonte: assessoria de imprensa da CNM/CUT, com informações dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Sapiranga, Canoas e São Leopoldo)