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Indústria tem de ser carro-chefe do desenvolvimento, diz professor da PUC

Antonio Lacerda fez essa avaliação em Seminário do Macrossetor da Indústria da CUT, que discute política industrial e será encerrado nesta sexta (25), com presença do ministro Mauro Borges.

Publicado: 24 Julho, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Roberto Parizotti
Lacerda, Sérgio Nobre e Maria Faria (secretária geral adjunta da CUT) Lacerda, Sérgio Nobre e Maria Faria (secretária geral adjunta da CUT)
A partir da esq., professor Lacerda, Sérgio Nobre e Maria Faria (secretária geral adjunta da CUT) 

É preciso solidificar os ganhos da sociedade brasileira, como a ascensão de parcela significativa da população à classe C, a redução da pobreza, a valorização do salário mínimo. Mas para que isso aconteça, é necessário repensar a política industrial, fazendo com que esse ramo seja o carro-chefe do desenvolvimento”. A avaliação é do economista Antonio Corrêa Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Ele participou na manhã desta quinta-feira (24) do Seminário “Diagnóstico e Perspectivas da Política Industrial Brasileira”, promovido pelo Macrossetor da Indústria da CUT (MSI). O professor assinalou que o maior problema do país nos últimos 30 anos foi usar a taxa de câmbio para o controle inflacionário. “Como consequência, isso causou impactos na produção da indústria nacional e aumento as importações”, lembrou.

O Seminário, que acontece em Guarulhos (SP), será encerrado às 13 horas desta sexta-feira (25), após painel com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, e o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

Crédito: Roberto Parizotti
João Cayres, Sérgio Nobre e o presidente da CNM, Paulo CayresJoão Cayres, Sérgio Nobre e o presidente da CNM, Paulo Cayres
A partir da esq., João Cayres (secretário geral da CNM), Nobre e presidente da CNM, Paulo Cayres

Macrossetores 
O Macrossetor da Indústria é um dos quatro estruturados pela CUT Nacional, com o objetivo de unificar ações e lutas de segmentos de um mesmo ramo. O MSI reúne as entidades cutistas das cinco categorias do ramo industrial: metalúrgicos, químicos, trabalhadores no vestuário, construção e alimentação.
Os três outros Macrossetores são: serviço público, rurais e comércio e serviços.

No caso do MSI, o principal debate conduzido de modo unitário pelas categorias é justamente a política industrial. Suas cinco confederações nacionais estão, inclusive, dialogando com o ministro Mauro Borges com o objetivo de garantir o atendimento das demandas trabalhistas nos fóruns de deliberação do Plano Brasil Maior.

“Este seminário foi organizado como mais um espaço para que nossas entidades possam avaliar a participação de seus representantes nos Conselhos de Competitividade do Plano Brasil Maior, aprofundar a análise da situação da indústria e construir propostas para que nossas demandas sejam contempladas nos fóruns institucionais”, explicou Sérgio Nobre, secretário geral da CUT, que é o titular da pasta responsável pelos macrossetores.

A coordenação do MSI tem à frente os presidentes das Confederações Nacionais dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres, dos Químicos (CNQ), Lu Varjão, Alimentação (Contac), Siderlei de Oliveira, Vestuário (CNTV), Cida Trajano, e Construção (Conticom), Cláudio Gomes, que não pode comparecer ao evento. Gomes foi representado pelo secretário de finanças da Conticom, Vilmar Kanzler.

Mais de 50 sindicalistas de todas as cinco categorias e regiões do país estão participando do evento.

Mídia alarmista
Em sua palestra, o professor da PUC/SP avaliou que, no que se refere à economia, a mídia tem sido alarmista, fazendo eco a uma linha de pensamento que “não tem visão sistêmica”, que não separa o curto prazo das medidas adotadas visando o longo prazo. “Por exemplo, estamos vivendo um período de estiagem. Se não fossem as usinas termoelétricas construídas pelo governo, certamente estaríamos vivendo, novamente, um período de apagão”, ponderou Lacerda.

O economista avaliou ainda que, diferente de outros países, o Brasil tem problemas que são “administráveis”. Para ele, é preciso garantir que o país continue seguindo e aperfeiçoe o atual modelo, garantindo as conquistas obtidas e impedindo que haja retrocesso e que a economia seja focada na especulação financeira. “A saída é o estímulo ao setor produtivo, à indústria. Por meio dele é que se gera desenvolvimento, emprego e renda”, destacou.
 

Crédito: Roberto Parizotti
Técnicos do Dieese subsidiam debateTécnicos do Dieese subsidiam debate
Técnicos do Dieese apresentam raio X do ramo industrial

Raio X da indústria
Após a palestra, técnicos do Dieese apresentaram um diagnóstico do ramo industrial brasileiro e um pequeno perfil dos cinco segmentos representados pelo MSI.

De acordo com o Dieese, o ramo industrial brasileiro tem quase 21 milhões de trabalhadores, sendo que só a construção responde por cerca de 45% do total da mão de obra empregada.

A exposição dos economistas serviu de subsídio para o debate em grupos, que ocupou o período da tarde.

A sistematização deste debate será base para as propostas que serão aprovadas amanhã, após a palestra com o ministro Mauro Borges.

“Será mais um passo para qualificar nossa intervenção nos fóruns do Plano Brasil Maior e garantir que nossas reivindicações sejam contempladas”, ressaltou Paulo Cayres.

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)