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Rede sindical na ThyssenKrupp faz encontro e comemora assinatura de Acordo Marco Global

Representantes de metalúrgicos de sete bases sindicais avaliaram atuação em todo o país e debateram impactos do acordo mundial assinado pela multinacional.

Publicado: 27 Março, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Valter Bittencourt
Encontro Thyssen Encontro Thyssen
Trabalhadores na Thyssen debateram estratégias para fortalecer a rede 

Foi realizado nos dias 25 e 26 de março, em Belo Horizonte (MG), o 9º encontro da Rede Nacional de Trabalhadores na ThyssenKrupp. O evento reúne anualmente representantes dos trabalhadores e o objetivo central é fazer o intercâmbio de ideias e identificar problemas comuns entre metalúrgicos que atuam nas diversas plantas da multinacional no Brasil. Nos dois dias da reunião foram debatidos temas como a importância da rede, a estratégia para o fortalecimento da luta dos trabalhadores, passando por um balanço de suas ações e as perspectivas para o futuro.

A atividade faz parte do projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina e promovida pela própria rede, representada pelos sindicatos de metalúrgicos de Porto Alegre (RS), Jundiaí (SP), Santa Luzia e Ibirité (MG), São Paulo (SP), Belo Horizonte/Contagem (MG), Brasília (DF) e Curitiba (PR) e teve o apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Instituto Observatório Social, DGB Bildungswerk (central sindical alemã), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (Força Sindical) e da própria ThyssenKrupp.

Crédito: Valter Bittencourt
Encontro foi realizado em Belo Horizonte (MG)Encontro foi realizado em Belo Horizonte (MG)
Além dos debates, trabalhadores também visitaram a planta de Ibirité (MG)

Na ocasião, foi encaminhada uma pauta de reivindicações e uma proposta de reconhecimento da rede sindical nacional para Adilson Sigarini, representante da ThyssenKrupp. O secretário geral e de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), João Cayres, presente no encontro, lembrou que um dos frutos da ação da Rede Sindical foi a assinatura do acordo nacional inédito que garante Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) igual a todos os metalúrgicos da CUT na ThyssenKrupp. A articulação do acordo, feita pela CNM/CUT, beneficia 2 mil trabalhadores, da base de 27 sindicatos cutistas. "O acordo abriu a possibilidade de debater com empresas e setores temas que aperfeiçoam a relação capital-trabalho. Esta conquista garantiu que trabalhadores de diferentes partes do Brasil tenham a mesma PLR, independentemente da região onde a empresa atua. Este é o primeiro passo para a pauta mínima do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCNT)", destacou. 

Cayres destacou ainda que as redes sindicais são instrumentos fundamentais para a busca de igualdade de direitos e condições de trabalho em plantas de uma mesma empresa. “É um canal para consolidar a organização no local de trabalho, bandeira histórica do movimento sindical cutista. Atualmente, a CNM/CUT apoia e acompanha o trabalho de mais de 20 redes sindicais no ramo metalúrgico”, disse.

Crédito: Valter Bittencourt
João João
João Cayres (esq.) e Valcir Ascari (dir.) entregaram pauta de reivindicações a Adilson Sigarini 

Acordo Marco Global 
No encontro da Rede, também foi discutido o Acordo Marco Global (AMG) que a ThyssenKrupp assinou com a IndustriALL Global Union (federaçãol internacional que congrega trabalhadores metalúrgicos, químicos e têxteis de todo o mundo).  O Acordo, assinado no último dia 16 de março, destina-se a proteger e promover os direitos de 150 mil trabalhadores na Thyssen em todas as unidades.

Pelo acordo, a empresa compromete-se a cumprir os princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outros padrões internacionais em suas filiais espalhadas em 80 países.

Para o presidente da IndustriALL, Berthold Huber, o acordo é exemplar porque garante a participação dos representantes dos trabalhadores no comitê internacional. "É imprescindível que as multinacionais ofereçam condições de trabalho justas aos seus funcionários. Além disso, a empresa deve cumprir com normas, regulamentos e leis em favor dos trabalhadores e isto inclui, por exemplo, a participação no comitê internacional da empresa que define as ações da multinacional”, disse.

Segundo o secretário geral da CNM/CUT, os Acordos Marco Globais são baseados nas normas da OIT e estabelecem diretrizes mínimas que devem ser respeitadas em todas as plantas que as multinacionais têm pelo mundo.  “Os acordos asseguram direitos básicos aos trabalhadores, como o de organização sindical e de negociação coletiva. É uma forma de auxiliar o diálogo entre os trabalhadores e empresas, com foco na responsabilidade social. O acordo com a Thyssen falicita a partipação dos brasileiros nos comitês europeu e mundial”, reforçou Cayres, que também é um dos coordenadores do grupo de trabalho dos AMG’s do Comitê Executivo da IndustriALL.

Segundo o dirigente da CNM/CUT, o cumprimento dos acordos globais também depende de uma atuação firme das redes sindicais e da participação ativa dos sindicatos. “A implementação dos AMG’s em multinacionais não depende apenas da empresa, mas da organização dos trabalhadores. A rede sindical é um espaço para o debate e elaboração de propostas. Mas, para isso, é preciso que o sindicato seja forte e atuante para organizar os trabalhadores em redes. Sem o trabalho dos sindicatos, as redes não funcionam”, reforçou.

No AMG assinado, a ThyssenKrupp compromete-se a respeitar os seguintes princípios:

• A igualdade de oportunidades e de tratamento;
• A jornada máxima de trabalho está em conformidade com as diretrizes da legislação pertinente, de convenções coletivas, ou qualquer outro acordo foi estabelecido no país;
• Todos os empregados têm direito de receber uma remuneração justa;
• A saúde e segurança dos funcionários é uma questão fundamental, que determina que a ThyssenKrupp cumpra as leis locais a respeito de um ambiente de trabalho seguro e higiênico;
• Todos os funcionários têm o direito de formar sindicatos e entidades representativas de trabalhadores e participar na negociação coletiva;
• Fica proibido o trabalho infantil;

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com informações da IndustriALL)