Metalúrgicas querem presença maior na vida sindical e fim da violência contra mulher
Trabalhadoras de todo o país participaram de várias atividades do intercâmbio promovido pela CNM/CUT, encerrado com a presença no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC.
Publicado: 04 Abril, 2014 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: Shayane Servilha |
Intercâmbio Mulheres |
Metalúrgicas de todo o país na campanha pelo fim da violência |
Com a participação no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC, foi encerrado na noite desta quinta-feira (3), o Intercâmbio de Mulheres Metalúrgicas da CUT. A atividade, iniciada na terça-feira (1º), foi promovida pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e reuniu 20 trabalhadoras de todo o país.
Ao longo dos três dias, elas vivenciaram as mais diversas experiências sindicais: participaram de ato em favor de trabalhador norte-americano na Nissan; reuniram-se com mulheres dirigentes do Coletivo de Mulheres da CUT, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, do Macrossetor da Indústria da CUT; fizeram panfletagem na Ford de São Bernardo do Campo e trocaram informações sobre a realidade local que vivenciam no seu cotidiano sindical.
“Elas expandiram a visão que tinham da realidade de outras regiões. Abordamos bastante as dificuldades e aspectos positivos de cada estado. O intercâmbio cumpriu o papel de trazer a interação nacional da mulher metalúrgica e como podemos enfrentar os problemas”, comentou Marli Melo, secretária da Mulher da CNM/CUT.
Participação
Para Lenira Campos da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre (RS), o Intercâmbio trouxe uma visão positiva da mulher metalúrgica da CUT de São Paulo: “As trabalhadoras daqui são mais unidas e participam ativamente das ações sindicais. Já no sul, temos dificuldade de unir as companheiras; elas não têm consciência da sua importância na participação política. A mudança só será possível quando enfrentarmos o preconceito e desafios de cabeça erguida”.
Já Marluce Ribeiro Castelo Branco, secretária da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, disse o intercâmbio superou suas expectativas. Para ela, um dos destaques foi a visita à Ford, onde conversou com as mulheres do chão de fábrica. “Foi uma atividade interessante, pois elas estão muito mais avançadas em relação a alguns direitos, como, por exemplo, a licença maternidade de 180 dias. E o mais surpreendente é que, mesmo com essas vitórias, elas continuam lutando por melhores condições de trabalho”, enfatizou.
Crédito: Divulgação |
Mulheres em panfletagem na portaria da Ford |
Mulheres em panfletagem na portaria da Ford |
Marluce informou também que pretende realizar um congresso das trabalhadoras metalúrgicas de seu Estado. “Este congresso do ABC é referência para todas as metalúrgicas. A presença feminina nos postos de trabalho em Manaus é forte, mas a participação na vida sindical ainda precisa ser motivada. Por isso, o congresso é uma forma de atrair a mulher metalúrgica para a entidade”, finalizou.
Não à violência
Outro foco debatido durante o Intercâmbio foi a luta pelo fim da violência contra a mulher. O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, destacou a importância do tema sempre ter projeção nas ações sindicais. “Quando falamos em violência não é apenas a física, mas também moral. Violência é a falta de respeito, é não dar as mesmas condições de trabalho, é o homem acreditar que a trabalhadora não faz parte do processo de mudança do país”, disse.
Crédito: Shayane Servilha |
Paulo Cayres |
Paulo Cayres destacou a luta pelo fim da violência contra mulher |
3º Congresso das Metalúrgicas do ABC
Na noite desta quinta-feira (3), as 20 trabalhadoras iniciaram a sua participação no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC, que tem como tema Mulheres, Participação e Conquistas. O evento acontece na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP).
A secretária da Mulher da CNM/CUT foi uma das lideranças que compôs a mesa de abertura do evento. Em sua saudação, destacou os frutos da luta pela inserção das mulheres no mercado de trabalho e nas lideranças dos sindicatos. “A presidenta Dilma (Rousseff) é exemplo para nós. Se ela conseguiu o cargo máximo do país, nós também podemos ampliar a participação da mulher no movimento sindical. É nosso dever lutar pelo aumento da mão de obra feminina no mercado de trabalho, com igualdade de oportunidades e de salário, além de defender mais políticas públicas afirmativas”, disse.
Crédito: Shayane Servilha |
Marli Melo |
Marli Melo destaca participação feminina na vida sindical |
Ao lado de Marli, estiveram presentes na abertura importantes o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, a secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Lourdes Bandeira, o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, o presidente e a diretora executiva do Sindicato do ABC, Rafael Marques e Ana Nice, que coordena a Comissão de Mulheres da entidade, além de parlamentares e outras lideranças. Na mesa de abertura os convidados abordaram a trabalhadora como protagonista das mudanças no seu dia a dia nas fábricas e na sociedade.
O Congresso será encerrado neste sábado (5), com a participação do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
(Fonte: Shayane Servilha – assessoria de imprensa da CNM/CUT)