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LG entra na disputa pela venda de eletrodomésticos no país

Eduardo Toni aposta em preço, tecnologia e design para atrair consumidores

Publicado: 21 Janeiro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Depois de 14 anos no Brasil, a sul-coreana LG Electronics entra, efetivamente, na disputa pelo concorrido mercado de linha branca.

Atualmente, este segmento é liderado pelas multinacionais Whirlpool (dona da Brastemp, Consul e Kitchen Aid), Electrolux e Mabe.

O mercado especula que a japonesa Panasonic e a coreana Samsung também abram unidades industriais para produzir linha branca no Brasil.

Entre as asiáticas, quem sai na frente é a LG. Em novembro, ela pretende inaugurar sua fábrica de refrigeradores, microondas e lavadoras e secadoras de roupa em Paulínia (SP), em um investimento orçado em R$ 527 millhões (US$ 315 milhões), o que envolve o período de 2011 a 2014, prevendo já a quadruplicação da capacidade instalada, em até três anos, cujo volume permanece em segredo.

É a terceira fábrica da companhia no Brasil, sendo que a de Taubaté fabrica equipamentos de informática e celulares e a de Manaus produz linha de imagem e som.

O aporte, somente para este ano, é de US$ 115 milhões, o que inclui desde terraplanagem até estrutura de saneamento básico. A decisão de ir para Paulínia ocorreu em dezembro. Agora, a fábrica encontra-se em fase de projeto e aprovação pelos órgãos competentes.

"Nós não estamos entrando neste mercado de linha branca para brincar, para ser só mais um competidor. Estudamos este mercado e observamos que há muito espaço para explorarmos", afirma Eduardo Toni, diretor de marketing da LG Electronics.

A briga, pelo visto, vai esquentar e promete derreter parte da hegemonia do mercado brasileiro de linha branca.

Toni diz que os coreanos querem posicionar a LG como uma das três maiores fornecedoras de linha branca do país e abocanhar por volta de 30% das vendas.

"Vamos tornar nossos refrigeradores tão vendidos no Brasil quanto nossos televisores e aparelhos celulares", promete.

A atuação da LG em linha branca ainda é tímida e de nicho. Há três anos, ela começou a importar alguns produtos de países como a Coreia, a exemplo das geladeiras side by side, com duas portas verticais. São produtos mais sofisticados e, consequentemente, mais caros. Hoje, por exemplo, uma geladeira LG custa entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

No ano passado, os coreanos comercializaram por volta de 240 mil unidades de refrigeradores e máquinas de lavar e secar roupas. Já o mercado brasileiro de linha branca vendeu 20 milhões de refrigeradores, lavadoras e fogões e cresceu por volta de 5%, segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes e Produtos Eletroeletrônicos).

Classe C

A fabricação local permitirá à LG reduzir custos e ganhar volume. Em um mercado como o brasileiro, Toni diz que escala é fundamental. Para posicionar-se entre um dos três maiores do país, a fabricante vai trabalhar em uma estratégia que combina preço mais baixo em relação ao importado, muita tecnologia embarcada e design atraente.

O executivo calcula que a fabricação local poderá resultar em uma redução de preço de até 30% em relação ao importado, mas diz que ainda é cedo para fazer previsões.

A LG pretende fabricar no país produtos para a classe C, o que não significa que serão produtos de entrada, a exemplo dos famosos tanquinhos. Segundo Toni, o portfólio será de produtos intermediários.

Em alguns anos, a expectativa de Toni é que a linha branca seja bastante representativa no faturamento da LG.

Hoje, a divisão de televisores é a mais importante da receita da companhia no país, que registrou R$ 5,56 bilhões em vendas no ano passado. A LG garante ser a líder do mercado de telas finas.

Fonte: Brasil Econômico

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