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Lula é o único líder popular que pode barrar projeto neoliberal no mundo, diz Stédile

Publicado: 21 Maio, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
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“Lula é o único líder popular que pode barrar com o capital financeiro de impor o projeto neoliberal internacional. Ele é parte da luta de classe no mundo.” Esta é a afirmação de João Pedro Stédile, coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante a primeira mesa do Seminário Internacional: “Por um sindicalismo internacionalista em defesa da autodeterminação dos povos”. A atividade, que precede o 10º Congresso Nacional dos Metalúrgicos (as) da CUT, começou na manhã desta terça-feira (21).

De acordo com Stédile, os movimentos sociais parceiros do MST na Espanha acreditam que a entrevista de Lula ao jornal espanhol El País foi fundamental para a vitória socialista nas eleições gerais no país europeu. “A entrevista foi divulgada um dia antes das eleições. Lula denunciou a onda de retrocessos no país. Foi um alerta ao país espanhol das consequências em votar em partidos de direita”, afirmou.

A mesa foi coordenada pelo secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Vasconcelos, e da diretora da Confederação Cristina Neves.

“Nós disseram que não conseguiríamos nos organizar, que não conseguiríamos sentar em uma mesa para negociar, que não chegaríamos à presidência do país. E a categoria metalúrgica conseguiu. Eles querem que os trabalhadores esqueçam que o Lula foi o melhor presidente do Brasil.
Prender o Lula é um recado da direita para nos dizer que os trabalhos nunca mais vão ocupar espaços de decisão e poder”, afirmou Vasconcelos.  “Este Seminário e Congresso tem o papel estratégico de luta contra uma agenda neoliberal e de retrocessos. A classe trabalhadora unida nunca será vencida”, completou. 

Em uma breve saudação, representantes dos trabalhadores na Argentina, Uruguai, México, Chile, Venezuela, Angola, Moçambique, Estados Unidos, Canadá, Itália, França e Alemanha também demonstraram solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em suas intervenções, os sindicalistas reafirmaram a importância do governo Lula para as transformações sociais no mundo, como o modelo do programa Bolsa Família implantado em países desenvolvidos para distribuição de renda.

Resistência Internacional
O militante pela Frente em Defesa do Estado Palestino Mohamad El Kadri, de origem libanesa, contou brevemente sobre a realidade do trabalhador palestino que vive em um país sob ocupação. “Os trabalhadores que vão às ruas têm seus filhos e irmãos sequestrados. Existem mais de 700 crianças presas na Palestina por conta de trabalhadores que protestos pelos seus direitos. Excluíram nosso direito a água, a educação e ao trabalho.
Sejam resistentes por mais difícil que possa ser. Fazer a resistência com liberdade é diferente de fazer resistência com repressão”, afirmou.

Já o vice-presidente do United Steelworkers (USW), Fred Redmond, denunciou os crimes de ódio contra jovens, negros, mulheres e mulçumanos nos Estados Unidos. “Em 2020, a missão do movimento sindical na América do Norte é deter o avanço das ideias de Trump. Vamos combater o modelo que tem políticas perigosas de supremacia de uma raça branca e pura”, alegou. “A luta para que este avanço do conservadorismo não cresça no mundo deve ser de todos os trabalhadores”, concluiu.

Conjuntura
Em sua análise de conjuntura, o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Valter Pomar falou do desafio do movimento sindical não é apenas lutar por salário e emprego, mas por uma vida com qualidade para a classe trabalhadora que seja contra o capitalismo. “A aliança da classe trabalhadora com os povos de todo o mundo contra o imperialismo e contra o capitalismo é fundamental. Não há mudança sem uma organização da classe trabalhadora de forma socialista, isso deve fazer parte da pauta para a ruptura na história de organização dos trabalhadores”, contou.

Solidariedade Internacional
Na mesa de abertura, o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, destacou a solidariedade internacional para enfrentar o avanço do conservadorismo no país e no mundo. “O Brasil tem sido um espelho da progressão de retirada de direitos trabalhistas e sociais em diversos países afora. Por isso, é sempre importante lembrar que a CUT nasceu de uma solidariedade dos trabalhadores no mundo todo para confrontar esta onda conservadora”, afirmou.

“Quando os trabalhadores chegaram à presidência com o Lula nós também desenvolvemos esta solidariedade através de projetos de cooperação para outros países, principalmente na África. A CNM/CUT realizou uma formação importante para as mulheres trabalhadoras de Moçambique”, completou o presidente da Confederação, Paulo Cayres. “Na atual conjuntura brasileira, precisamos retomar os projetos de cooperação no Brasil e com ações de solidariedade mais próximas aos movimentos sociais”, completou.

Já a vice representante da Fundação Friedrich Ebert (FES), Katharina Hofmann de Moura, destacou a transformação social e econômica no país durante os governos progressistas de Lula e Dilma. “O Brasil foi um exemplo para diversas nações de como se desenvolver economicamente, mas atendendo necessidades da população na periferia. Hoje o sindicalismo precisa trabalhar sem fronteiras e confrontar o poder das transnacionais e os retrocessos políticos impostos pela direita no mundo”, concluiu.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)