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Macron recua, aumenta salário mínimo e isenta horas extras de impostos

Publicado: 11 Dezembro, 2018 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Três semanas após as manifestações dos ‘coletes amarelos’, o presidente da França, Emmanuel Macron, fez o primeiro pronunciamento em rede nacional de TV para anunciar uma série de medidas para melhorar a vida dos trabalhadores e aposentados, os mais prejudicados com sua política de arrocho salarial e aumentos dos preços de combustíveis.

Depois de uma longa reunião com representantes dos trabalhadores, dos manifestantes e lideranças políticas,  Macron anunciou um aumento de 100 euros no salário mínimo, que atualmente é de 1.200 euros; isentou  aposentados que recebem menos de 2 mil euros por mês do pagamento de uma contribuição social em 2019; e também isentou de impostos e taxas as horas extras pagas aos trabalhadores e trabalhadoras até 2019.

No pronunciamento, assistido em toda a França por milhares de pessoas, Macron ainda acrescentou: "Gostaria de pedir a todos os empregadores que possam para pagar um bônus de fim de ano aos funcionários, estes bônus serão isentos de impostos".

Inicialmente focadas no anúncio de um aumento de combustíveis, as manifestações contra o governo de Emmanuel Macron começaram no dia 17 de novembro e cresceram após o primeiro recuo do governo que adiou por seis meses o reajuste e depois cancelou a medida. Os protestos continuaram e com a mobilização de mais de 136 mil pessoas em Paris, no último sábado, o presidente francês chamou uma reunião de emergência para debater a pauta de reivindicações.

No pronunciamento feito na noite desta segunda, Macron  também prometeu um debate "sem precendentes" para conduzir uma profunda reforma do Estado.

O debate, segundo o presidente, “acontecerá em nível nacional em nossas instituições, cada uma terá seu papel: governo, Assembleia Nacional, parceiros sociais e associações, vocês terão seu papel".

Ele se recusou, porém, a retroceder na questão do Imposto sobre a Fortuna, o ISF, uma das reivindicações do movimento dos "coletes amarelos". "Não haverá declínio", afirmou. "Retroceder nos enfraqueceria", justificou, embora tenha reiterado seu desejo de combater a evasão fiscal e controlar melhor os gastos públicos.

Violência não tolerada

"Os acontecimentos das últimas semanas na França e no exterior têm perturbado profundamente a nação. Eles misturaram reivindicações legítimas e uma sequência inaceitável de violência, e eu quero dizer a vocês imediatamente que essa violência não será tolerada", disse, na abertura de seu discurso.

Macron assumiu, porém, que há "raiva" no país e admitiu que tem uma parcela de culpa, pedindo desculpas por alguns comentários. Ele concluiu dizendo que as lições das manifestações não serão esquecidas.

 (Fonte: CUT)