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Trabalhadoras na indústria se organizam para luta contra reformas

Em encontro de mulheres, nesta terça (21), sindicalistas dos cinco setores que compõem o Macrossetor da Indústria da CUT debateram ações em defesa dos direitos e criação de rede de solidariedade.

Publicado: 22 Novembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Encontro reuniu sindicalistas dos cinco setores do ramo industrialEncontro reuniu sindicalistas dos cinco setores do ramo industrial
Encontro reuniu sindicalistas dos cinco setores do ramo industrial

Trabalhadoras no vestuário, na alimentação, na construção, metalúrgicas e químicas se reuniram pela primeira vez no “Encontro de Mulheres do Macrossetor da Indústria da CUT”, que teve como principal objetivo debater ações contra os impactos da Reforma Trabalhista à mulher trabalhadora. A atividade ocorreu na sede da Central Única dos Trabalhadores nesta terça-feira (21).

Segundo a presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ), Lucineide Varjão, a ideia do encontro foi a de fazer uma troca de informações, identificar pontos comuns nas lutas das trabalhadoras dos cinco setores do ramo e definir uma pauta unitária de ação em defesa dos direitos das mulheres. “Temos muitos avanços, mas tenho convicção de que esse modelo de movimento sindical precisará ser reformulado e as mulheres têm papel fundamental neste processo, já que somos mais da metade da população no nosso país”, apontou Lu, que também é co-presidenta do setor de mineração da IndustriALL Global Union, a federação internacional dos trabalhadores na indústria.

Durante o encontro, as participantes também debateram a importância do fortalecimento da ação sindical voltada para a mulher trabalhadora. “Lamentavelmente, a reforma trabalhista é ainda mais cruel para as mulheres. Esta legislação escancara as portas para o trabalho precário e poderá reduzir ainda mais a renda das trabalhadoras, que já é inferior à dos homens em diversos setores produtivos, dentre eles, a indústria”, ressaltou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo do Vestuário (CNTRV) e diretora executiva da CUT Nacional, Cida Trajano.

“Trata-se de uma estratégia de articulação que unifique as lutas das trabalhadoras da indústria, fortalecendo a solidariedade de classe entre as companheiras e aumentado as chances de resistência e avanços nos direitos e nas conquistas trabalhistas para as mulheres”, complementou Cida, que também é a coordenadora nacional do Macrossetor da Indústria da CUT (MSI).

Crédito: Divulgação
No encontro, sindicalistas debateram ações unificadas das trabalhadoras na indústriaNo encontro, sindicalistas debateram ações unificadas das trabalhadoras na indústria
No encontro, sindicalistas debateram ações unificadas das trabalhadoras na indústria


Na atividade, as sindicalistas debateram a resistência ao ataque a outros direitos, como a reforma da Previdência, em discussão na Câmara, a terceirização sem limites, já em vigor, e o enfrentamento às políticas neoliberais do governo do presidente ilegítimo Michel Temer.

“As mulheres, principalmente as negras, são sempre atacadas: são sempre as primeiras a serem demitidas, a ocuparem trabalhos precários e com salários menores. E agora,  ainda querem aprovar políticas para criminalizá-las, vide o debate sobre a proibição do aborto em caso de estupro, também em discussão no Congresso Nacional. Acredito que podemos contribuir e fortalecer juntas essa nossa luta. A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT está trabalhando para criar estratégias de resistência e combater a reforma trabalhista nas negociações da categoria. O nosso dia a dia está voltado para isso, sempre fazendo o recorte de gênero”, explicou a secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo.

Depois de trabalho em grupo, as dirigentes construíram uma plano das mulheres do MSI. Entre as ações unificadas, estão a criação de uma rede de solidariedade e o compartilhamento de informações e experiências entre as mulheres na indústria e uma proposta de campanha de sindicalização unificada.

(Fonte: Érica Aragão - CUT Nacional, com informações da CNM/CUT e da CNTRV/CUT)