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Mão de obra negra ainda é minoria e ganha menos no ramo metalúrgico

É o que mostra estudo divulgado nesta terça (24) pela Subseção do Dieese da CNM/CUT. No total, os (as) negros (as) representam 28,5% dos metalúrgicos em todo o país.

Publicado: 24 Novembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Apesar da intensificação das ações sindicais em busca da igualdade salarial e de oportunidades no mundo do trabalho, a mão de obra negra ainda é discriminada no ramo metalúrgico. Os trabalhadores negros representam 28,5% do total da categoria no país e, a exemplo do que acontece nos outros ramos da economia, também têm remuneração inferior à do trabalhador não negro.

É o que mostra estudo feito pela Subseção do Dieese da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), divulgado nesta terça-feira (24) e que também marca o mês da Consciência Negra.

O levantamento foi feito a partir da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e usou dados relativos a 2006 e 2014, para comparar a evolução dos indicadores sobre esta parcela de trabalhadores do ramo.

No que se refere ao mercado de trabalho metalúrgico, a presença da mão de obra negra aumentou 52,6% no período, saltando de 436 mil para mais de 666 mil trabalhadores entre 2006 e 2014. Em relação ao total, o crescimento de postos de trabalho desta parcela de metalúrgicos cresceu 4% no período (eram 24,5% em 2006 e subiu para 28,5%).
No que se refere à remuneração, o fosso entre os salários recebidos pelos não negros e negros manteve-se grande: o metalúrgico negro recebe 71,6% do salário pago ao não negro e a metalúrgica negra, apenas 50,5%.

“Estes dados mostram que o movimento sindical ainda tem muitos obstáculos a serem superados para assegurar igualdade salarial e também de oportunidades no acesso aos postos de trabalho. E tudo começa com a conscientização desta parcela dos trabalhadores sobre a importância de desafiar a lógica escravagista que ainda marca os valores da sociedade brasileira”, afirma Christiane dos Santos, secretária da Igualdade Racial da CNM/CUT.  

O estudo completo elaborado pela Subseção do Dieese – com recortes de gênero, por região e estado da federação, segmento e escolaridade – pode ser acessado aqui.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)