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Marcha dos Catarinenses repudia políticas adotadas pelo governo do estado

Publicado: 10 Abril, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Silvia Medeiros
Marcha reuniu trabalhadores (as) de todo o estadoMarcha reuniu trabalhadores (as) de todo o estado
Marcha teve trabalhadores (as) de todo estado

A manifestação começou a se formar cedo nesta quarta-feira (9) em Florianópolis (SC). Os manifestantes vieram de longe e aos poucos foram dando um tom vermelho para a Praça Miramar, local histórico do da cidade, de onde partiu a 5º Marcha dos Catarinenses. Trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade se reuniram na capital para cobrar do governo do Estado mais e melhores investimentos em políticas públicas, condições de trabalho decente e justiça social.

“Foi sempre com muita batalha que conquistamos os direitos dos trabalhadores, nada para o trabalhador vem de graça então quando vamos às ruas são com pautas e com foco de enfrentamento àqueles que querem reduzir os nossos direitos”, salientou Neudi Giachini, presidente da CUT-SC.

Mais de 2.500 trabalhadores de Santa Catarina percorreram cerca de quatro quilômetros pelas principais ruas da capital. Durante a caminhada, foram feitos atos que cobraram do governo estadual melhorias na saúde, educação e segurança, entre outras. Um boneco do governador Raimundo Colombo foi queimado em frente ao Terminal Urbano. Em frente ao Tribunal da Justiça, o Movimento dos Sem Terra fez um ato representando à morte da justiça brasileira, que criminaliza os movimentos sociais e sindical do Brasil.

Trabalhadores querem melhores políticas públicas
De acordo com índice do Banco Central, publicado em janeiro deste ano, em 2013 a economia catarinense cresceu mais que a economia do Brasil, tendo um aumento de 4,1%. Porém estes números positivos não estão refletindo na melhoria de vida de grande parte da população de Santa Catarina, visto que o estado amarga a vergonha de ter meio milhão de catarinenses abaixo da linha da pobreza.

Além disso, a falta de investimentos do governo estadual em políticas públicas e o avanço na política neoliberal tem prejudicado a população catarinense, em especial à classe trabalhadora que depende diretamente do serviço público em áreas primordiais, como a educação, saúde e segurança.

Por isso o tema da Marcha dos Catarinenses deste ano trouxe novamente a necessidade urgente de uma nova política no Estado, que dialogue com trabalho decente e valorização do servidor estadual.

Contra a ditadura do governo Raimundo Colombo
Os servidores que trabalham em diversas unidades do estado (penitenciárias, entidades educacionais e outros órgãos) ficaram em greve por quase um mês, mas decidiram retomar suas atividades no início dessa semana. A decisão se deu depois que o governador entrou na justiça e efetuou diversos bloqueios ao Sindicato e também ameaçou exonerar dirigentes sindicais. Em assembleia, os servidores aceitaram voltar trabalhar, mas na próxima semana se reúnem novamente, para definir os próximos encaminhamentos da mobilização.

Aldoir Kraemer, secretário de Políticas Sociais da CUT-SC e coordenador da CMS - Coordenação dos Movimentos Sociais, lembrou da necessidade de união da classe trabalhadora. “O que o governo estadual tem feito com o movimento sindical é um grande desrespeito. Vamos mostrar a este governo que não se mexe com a classe trabalhadora e que estamos unidos em defesa do direito de todos e todas”, frisou Aldoir.

Ocupação da Casa do Povo
Depois da caminhada, os participantes da Marcha ocuparam a Assembleia Legislativa (Alesc). Em poucos minutos, a “Casa do Povo” estava realmente ocupada por seus representados. Quando a Sessão do dia começou, representantes da CUT e da CTB, depois de serem cuidadosamente revistados por vários seguranças, ocuparam as galerias do Plenário para acompanhar a votação e tentar protocolar, diretamente com o presidente da Alesc, Joares Ponticelli, a pauta de reivindicação da Marcha.

Porém, para revolta dos trabalhadores, nem o presidente da Assembleia e nem a maioria dos deputados que representam o governo, estavam presentes na sessão, o que gerou uma grande manifestação dos trabalhadores que fizeram um “apitaço” dentro do Plenário. Devido ao forte barulho, o deputado Padre Pedro Baldisserra (PT), que assumiu a presidência da sessão, teve que transferir a ordem do dia para duas horas mais tarde.

Mesmo sem a presença dos líderes dos partidos do governo, os trabalhadores foram ouvidos por deputados de partidos de esquerda. O deputado Padre Pedro, uma liderança que sempre esteve envolvida com os movimentos sociais, respeitou a classe trabalhadora e abriu um espaço para os representantes da Marcha apresentarem as reivindicações e também protocolarem o documento ao presidente da Assembleia.

Aldoir Kraemer agradeceu o deputado e lembrou: “Que neste ano de eleições, os catarinenses saibam escolher os representantes que estão do nosso lado e que, junto conosco, querem construir uma sociedade mais justa e igualitária”. Ele aproveitou para agradecer todos os trabalhadores que saíram do seu local de trabalho e participaram da quinta edição da Marcha dos Catarinenses. “Mais uma vez comprovamos a capacidade de organização dos movimentos sociais e da classe trabalhadora. Foi na rua que surgiram nossos movimentos e nas ruas vamos permanecer, até que todos e todas tenham os mesmos direitos”, enfatizou Aldoir.

(Fonte: Sílvia Medeiros - CUT/SC)

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