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'Mercado não descarta, mas também não aposta na reforma'

Publicado: 07 Dezembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O sopro de otimismo com a reforma da Previdência que havia tomado a Bolsa na segunda-feira foi revertido no pregão de ontem. Embora haja uma indicação do governo de que a proposta vai para votação na semana que vem, o investidor voltou a duvidar que o texto seja aprovado ainda este ano. O Ibovespa fechou em queda de 0,74%, aos 72.546 pontos. O dólar à vista teve baixa de 0,29%, a R$ 3,236.

Para Marco Saravalle, da XP Investimentos, o mercado ainda vê chances reais de aprovação da reforma, mas tem uma visão bastante conservadora. “O mercado não descarta, mas também não aposta”, diz.

A incerteza em relação à votação da reforma da Previdência conduziu as operações no mercado de capitais, ontem, com forte volatilidade na Bolsa, que oscilou quase dois mil pontos e sofreu uma grande reversão no fim do dia, com as dúvidas se o governo vai continuar distante dos votos necessários para aprovar a reforma na próxima semana.

“A euforia do período da manhã perdeu forças gradativamente, à medida que o mercado viu que o governo ainda tem muito a negociar com os partidos para conseguir os votos necessários para a Previdência”, diz Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora. “Os ruídos políticos e as quedas mais fortes das bolsas de Nova York foram os responsáveis pela piora no final.”

A percepção dos analistas é que os próximos dias devem ser de volatilidade no mercado. Enquanto houver uma possibilidade de que a reforma passe ainda neste ano, os sinais que vêm de Brasília serão acompanhados de alta e baixas na Bolsa.

“O mercado já não esperava que houvesse uma grande possibilidade de aprovação do texto, mas começou a semana acreditando que havia essa opção. Mesmo que tenha 20% de chance de passar a reforma, quando essa expectativa cai para 10%, o cenário já piora”, diz Luiz Castelli, da GO Associados.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, os principais destaques ficaram com Vale ON (-2,20%) e ações do setor siderúrgico, como Usiminas PNA (-4,23%), a maior queda do índice. Os papéis da Petrobrás recuaram 1,06% (ON) e 1,10% (PN). As ações do setor financeiro também fecharam em queda, com destaque para Banco do Brasil ON (-1,46%). 

(Fonte: O Estado de S. Paulo)