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Metalúrgicos da CUT apoiam luta contra fechamento de fábrica da Ford na Alemanha

Empresa ameaça mudar produção para Romênia e demitir 17 mil. Dirigentes da CUT, que foram àquele país para intercâmbio sobre setor automotivo, se solidarizaram com luta do IG Metall.

Publicado: 11 Abril, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os metalúrgicos da CUT entraram na luta que está sendo deflagrada pelo sindicato alemão IG Metall em defesa da manutenção dos 17.600 empregos diretos na unidade da Ford em Colônia, naquele país europeu. A empresa – que fabrica 1.850 carros/dia do modelo Fiesta – está ameaçando desativar a fábrica e transferir a produção para a Romênia.

Crédito: Divulgação
Membros do Comitê da Ford falam sobre ameaças da empresaMembros do Comitê da Ford falam sobre ameaças da empresa
Trabalhadores do Comitê da Ford falam sobre ameaças de fechamento da empresa

A informação é do secretário geral e de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), João Cayres, que está representando a entidade num intercâmbio sobre o setor automotivo com metalúrgicos alemães e argentinos, em Frankfurt. Segundo Cayres, a Ford quer reduzir seus custos sacrificando o trabalhador. “O salário de entrada na Alemanha é de 2.500 euros e na Romênia é de 800”, afirmou, lembrando que não há trabalhadores terceirizados na unidade alemã da Ford.

Crédito: Divulgação
Metalúrgicos brasileiros e argentinos no intercâmbio do IG MetallMetalúrgicos brasileiros e argentinos no intercâmbio do IG Metall
Metalúrgicos brasileiros e argentinos na primeira etapa do intercâmbio do IG Metall

O intercâmbio na Alemanha, encerrado nesta sexta-feira (11), foi a primeira etapa de um projeto que pretende intensificar as ações sindicais conjuntas dos metalúrgicos nas montadoras dos três países. A atividade começou na última segunda-feira (7) e terá uma etapa no Brasil e outra na Argentina. Ao final, a ideia é a de realizar uma grande conferência sobre o setor automotivo, provavelmente na Alemanha, para aprofundar o conhecimento e definir as linhas de atuação sindical.

Ao longo da semana, os participantes do intercâmbio discutiram a situação econômica e política e o perfil da indústria automobilística nos três países. Além disso, aprofundaram informações sobre a organização sindical e as negociações coletivas.

Crédito: Divulgação
João CayresJoão Cayres
João Cayres após visita na Federal Mogul

“Visitamos duas fábricas: a Federal Mogul e a Ford. Conversamos com os trabalhadores nas duas empresas sobre a sua organização. Eles nos explicaram como se dá o modelo de cogestão nas fábricas, por meio dos comitês de empresa. Lá também existem os comitês sindicais e o sindicato também disputa a participação nos comitês de empresa”, relatou o secretário da CNM.

Segundo João Cayres, o IG Metall e os trabalhadores estão preocupados com esta ameaça da Ford, de encerrar as atividades em Colônia. “Conversamos bastante com os integrantes do Comitê Sindical sobre as formas de participar da campanha em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores”, assinalou o dirigente da Confederação. “Nos colocamos à disposição do IG Metall para levarmos a campanha em solidariedade aos companheiros alemães aos sindicatos que têm montadoras em sua base”, complementou.

João Cayres esteve acompanhado nesta etapa do intercâmbio por outros metalúrgicos da CUT no Brasil: Wagner Santana e Max Pinho, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Alessandro Lopes da Silva, do Sindicato de Taubaté, e João de Moraes Farani, do Sindicato de Sorocaba.

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)