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Metalúrgicos da CUT dão a largada para seu 9º Congresso Nacional

Evento será entre 15 e 17 de abril de 2015. Data foi definida nesta segunda (28) pela direção plena da CNM/CUT, que também reiterou apoio ao projeto político em curso no país.

Publicado: 29 Julho, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Shayane Servilha
Direção plena da CNM/CUT se reuniu em Guarulhos (SP)Direção plena da CNM/CUT se reuniu em Guarulhos (SP)
Direção plena da CNM/CUT se reuniu em Guarulhos (SP)

O 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT será realizado entre 15 e 17 de abril de 2015, em Guarulhos (SP).

A data foi aprovada nesta segunda-feira (29) em reunião da direção plena da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), que definiu também as atividades que antecederão o Congresso: nos dias 13 e 14, acontecerá a plenária nacional das mulheres metalúrgicas da CUT e nos dias 14 e 15, um seminário internacional, que deverá contar com a presença de dirigentes sindicais metalúrgicos de todos os continentes.

A direção da Confederação deverá definir em sua próxima reunião os prazos para a realização de assembleias para a escolha de delegados (as) e inscrição das delegações, entre outras datas.

O Congresso é a instância máxima de deliberação da entidade sindical. Nele são definidos os eixos de atuação e as lutas nacionais da categoria, além de campanhas e ações estratégicas. É no Congresso também que é eleita a direção que será a responsável por garantir o cumprimento das deliberações aprovadas.

Segundo o secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres, o Congresso deverá reunir cerca de 500 pessoas, entre delegados (as), observadores e convidados de entidades internacionais. O secretário geral é o coordenador geral do Congresso. “Mas para viabilizar um evento desse porte e tentar garantir a presença de delegações de todas as entidades filiadas, teremos também coordenações estaduais e regionais. Os nomes serão divulgados em breve”, informou Cayres.

Crédito: Shayane Servilha
Clemente, entre João e Paulo CayresClemente, entre João e Paulo Cayres
Clemente (entre João e Paulo Cayres) avalia conjuntura do país


Defesa da indústria e do emprego
Na reunião da direção da entidade, os participantes debateram a conjuntura política e econômica do Brasil, a partir de palestra do economista Clemente Ganz Lúcio, coordenador técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e de apresentação sobre o emprego no ramo metalúrgico, feita por André Cardoso, da Subseção do Dieese da CNM/CUT.

Segundo levantamento da Subseção, o mercado de trabalho cresce, só que com menos vigor. Nos primeiros seis meses deste ano, foram gerados 493.118 novos empregos. Em relação ao mesmo período de 2013, há uma queda de 25% neste indicador.

Já a categoria metalúrgica tinha, em junho, 2.417.078 postos de trabalho. Este total significa uma redução de 1% em relação a dezembro de 2013.  De acordo com o estudo apresentado, ao contrário dos demais setores – que tiveram redução do número de vagas –, o naval apresentou um crescimento de 2.600 postos de trabalho.

Estes dados apontam para uma redução no ritmo da produção industrial e para os dirigentes da Confederação, demonstram a necessidade de medidas estruturais para garantir que esse segmento seja o motor da economia brasileira. “Por isso, temos de insistir na adoção de uma política industrial de longo prazo, que garanta que o Brasil não se transforme num país montador de produtos industrializados, como acontece com o México”, destacou Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT.

Segundo o coordenador técnico do Dieese, além de interferir e participar da formulação da política industrial, o movimento sindical brasileiro está diante de outro grande desafio, que é impedir a precarização do trabalho e defender os direitos trabalhistas. “Se não tomarmos cuidado agora, poderá haver um grande retrocesso no Brasil. A direita está avançando e se organizando para nos deixar de lado por um bom tempo”, alertou.

Entre as ameaças que pairam no mundo do trabalho, o coordenador do Dieese citou a tentativa de terceirização de todas as atividades.  “Devemos ter a capacidade de, simultaneamente, tentar passar nossas propostas no Congresso Nacional e mobilizar os trabalhadores para pressionar o parlamento. Se o Executivo estiver a nosso favor, será de grande ajuda”, ponderou o economista.

Assim, Clemente Ganz Lúcio fez coro à posição dos dirigentes da Confederação, de que é preciso garantir a continuidade do projeto político em curso. “Os trabalhadores e a grande maioria da população precisam de um governo que atue visando a distribuição de renda, não a concentração, como o defendido pelo outro projeto em disputa”,  afirmou o economista.

Paulo Cayres, por sua vez, lembrou que o Brasil precisa continuar avançando e garantindo o desenvolvimento com inclusão social, como começou a fazer há 12 anos. “Isso despertou o ódio daqueles que apoiam o modelo usado em mais de 500 anos, porque eles não querem dividir nada. E, na Copa do Mundo, nós todos vimos que o problema da educação não é o dinheiro, porque quem estava no estádio tinha dinheiro. E os palavrões que gritaram não foram para a presidenta: foram para nós, trabalhadores, para os pobres, para os negros. Nossa resposta deverá ser dada nas urnas”, enfatizou o presidente da CNM/CUT.

Crédito: Shayane Servilha
Graça CostaGraça Costa
Graça (de vermelho): combate à terceirização. À dir., Marli Melo, da CNM/CUT

Terceirização, TVT e Plebiscito
O tema terceirização também foi discutido em painel específico feito pela secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa, que atualizou as informações sobre a campanha contra a terceirização desencadeada pela CUT e demais centrais sindicais no âmbito do Congresso Nacional e no Judiciário.

Já o diretor executivo da CNM/CUT e presidente da Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, Valter Sanches, apresentou um programa piloto da série Brasil Metal, produzido pela TVT (TV dos Trabalhadores, subordinada à Fundação) com o patrocínio da Confederação, que irá ao ar em agosto e traça um raio X de todos os segmentos do ramo metalúrgico. Sanches falou ainda sobre o trabalho da TVT e da necessidade da luta pela democratização da comunicação.

Os dirigentes nacionais dos metalúrgicos da CUT discutiram também a importância da luta em defesa da Constituinte Exclusiva para a Reforma Política e do engajamento dos sindicatos no Plebiscito Popular sobre o tema marcado para o período de 1º a 7 de setembro.

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)