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CNM/CUT reafirma luta pelo contrato coletivo nacional dos metalúrgicos

Na última reunião do ano da direção plena da entidade, foram definidas também as diretrizes para o 9º Congresso Nacional da categoria, que acontece em abril de 2015.

Publicado: 12 Novembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
Dirigentes conversaram sobre os avanços para o contrato coletivo nacional de trabalho Dirigentes conversaram sobre os avanços para o contrato coletivo nacional de trabalho
Dirigentes  avaliaram avanços na luta para a conquista do contrato coletivo nacional de trabalho 

Terminou nesta quarta-feira (12) a última reunião de 2014 da direção plena da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). O encontro, que começou nesta terça-feira (11), teve como debate central os avanços em relação à pauta mínima para a implantação do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCNT) dos metalúrgicos. A direção definiu também o calendário e as ações necessárias para a viabilização do 9º Congresso Nacional da categoria, que será realizado entre 14 e 17 de abril de 2015. Para finalizar o encontro, o presidente a CUT Nacional, Vagner Freitas, conversou com os dirigentes sobre os desafios do movimento sindical cutista no próximo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

No primeiro dia do encontro, os dirigentes debateram o CCNT, que visa estabelecer os mesmos direitos em todo o país para combater as desigualdades e a precarização do trabalho. O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, lembrou que a conquista do CCNT é uma das principais bandeiras de luta dos metalúrgicos da CUT. “O nosso trabalho é de unificar e avançar esses direitos mínimos do CCNT. Não podemos ter um país com empregos subvalorizados. Trabalhador que exerce a mesma função deve ter direitos iguais”, disse.

De acordo com o secretário-geral e de Relações Internacionais, João Cayres, somente com a implantação do CCNT os trabalhadores metalúrgicos brasileiros terão parâmetros básicos de trabalho e salário. “As reivindicações (leia no final) são levadas para as campanhas salariais desde 2012. E desde então, praticamente todos os sindicatos avançaram nas cláusulas. Mas é preciso continuar a luta para assegurar a uniformidade de direitos dos trabalhadores”, contou. 

A direção também definiu a programação do 9º Congresso da categoria, que será realizado em Garulhos (SP), além das atividades que antecederão o Congresso. Entre as novidades, está o Seminário Internacional sobre o Combate ao Racismo, que será feito na manhã do dia 14. Além disso, nos dias 12 e 13, acontecerá a conferência nacional das mulheres metalúrgicas da CUT e na tarde do dia 13, um seminário internacional sobre trabalho decente, que terá a presença de metalúrgicos de diversos países. 

Na abertura da reunião da direção, os participantes também debateram a conjuntura política e econômica do Brasil, a partir da palestra (leia aqui) do sociólogo e cientista político Emir Sader, diretor do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Nova representatividade sindical 
Em sua participação, o presidente da CUT, Vagner Freitas, conversou com os diretores sobre os resultados das eleições presidenciais deste ano e os desafios para o novo mandato da presidenta Dilma Rousseff. “Vimos uma burguesia forte, a mídia como panfleto da política de direita. Mas tivemos certeza que a militância foi fundamental para que a presidenta fosse reeleita. Trabalhadores e trabalhadoras foram às ruas e mostraram sua força e o desejo de ser representados pelo projeto em curso há 12 anos. Nosso papel para os próximos anos é cobrar o que foi prometido e avançar em nossos direitos.”

Crédito: CNM/CUT
Vagner Freitas conversou com os dirigentes sobre os desafios da nova representatividade sindicalVagner Freitas conversou com os dirigentes sobre os desafios da nova representatividade sindical
Vagner Freitas falou sobre os desafios para uma nova representatividade sindical

Vagner ponderou ainda que o Brasil nunca teve um índice de sindicalização tão baixo e, para que este quadro mude, é preciso um novo modelo de representatividade sindical. “Nós criamos uma nova classe trabalhadora, que tem mais escolaridade, que tem mais renda e com a participação de jovens e mulheres. Agora, nós precisamos pensar em uma nova forma de representar e entender os anseios destes novos (as) trabalhadores (as). É preciso um sindicalismo para os novos tempos”, assinalou.

Crescimento do emprego
Na reunião da direção da CNM/CUT, também foi feita uma exposição sobre o emprego no ramo metalúrgico e uma análise parcial das campanhas salariais da categoria este ano. A apresentação foi feita economista André Cardoso, técnico da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da CNM/CUT.

Segundo levantamento da Subseção, o mercado de trabalho no país continua criando empregos, mas com menos vigor. De janeiro a setembro deste ano, foram gerados 730.124 novos empregos no Brasil, uma alta de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Crédito: CNM/CUT
ReuniãoReunião
André Cardoso apresentou estudo sobre o emprego metalúrgico no país

Já a categoria metalúrgica totalizava 2.392.976 postos de trabalho em setembro. Isso representa uma redução de 2,2% em relação a dezembro de 2013, com 53.296 postos de trabalho fechados. De acordo com o estudo, ao contrário dos demais setores do ramo – que reduziram o número de vagas –, o naval apresentou um crescimento de 2.790 postos de trabalho. O setor aeroespacial também cresceu e criou 110 novos empregos. Segundo os dados, o setor automotivo e siderúrgico foram os que mais demitiram:  foram cortados empregos de 32 mil e 13,3 mil respectivamente.

O balanço parcial das campanhas salariais apresentado por André Cardoso mostra que das 35 negociações fechadas nas bases metalúrgicas cutista pelo país, todas tiveram reajustes acima da inflação e a média de ganho real foi 0,20% maior que a do ano passado.

Reivindicações do contrato Coletivo Nacional de Trabalho
Só para lembrar, a pauta mínima do CCNT havia sido aprovada na 1ª Conferência Nacional de Negociação Coletiva, realizada em novembro de 2012. As cinco reivindicações são:

Creche:
- será garantida para crianças de zero a seis anos;
- a creche será de livre escolha dos pais ou responsáveis legais;
- o reembolso do auxílio creche será de, no mínimo, 50% do piso salarial da categoria;
- o direito será garantido não apenas para mães, mas também para pais, responsáveis legais e adotantes.

CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes):
- será garantido o direito do Sindicato participar de todo o processo eleitoral da CIPA e, inclusive, o de indicar o secretário geral;
- o tempo para atuação dos cipeiros e suplentes será definido em conjunto pela CIPA eleita, o Sindicato e a empresa;
- o mandato será de dois anos, sem limitação para reeleição para o 2º mandato;
- será garantida a estabilidade para o suplente;
-  será garantida eleição da CIPA em empresas com menos de 20 trabalhadores  (não prevista na NR-5).

Acesso ao local de trabalho:
- será garantido o acesso aos dirigentes e assessores sindicais ao local de trabalho para o desenvolvimento de todas as atividades sindicais, como assembleias, eleições do Sindicato e da CIPA e, inclusive, para campanhas de sindicalização.

Demissões:
- todas as rescisões serão feitas no Sindicato;
- no pedido de dispensa pelo trabalhador, não será aplicada penalidade de pagamento de aviso prévio;
- a empresa pagará multa de dois salários nominais após vencido prazo de 10 dias para o pagamento das verbas rescisórias;
- nas demissões por justa causa, o motivo será comunidado por escrito ao trabalhador e ao Sindicato;
- no prazo de 20 dias após a demissão por justa causa, será garantido o direito do trabalhador e do Sindicato apresentarem a defesa.

Duração e distribuição da jornada:
- será fixada limitação semanal, mensal e anual da jornada de trabalho, para inibir as horas extras;
- nos turnos de revezamento, será garantido número mínimo de folgas aos domingos;
- nos turnos de revezamento, serão estabelecidos critérios que contemplem condições de vida para mulheres e estudantes;
- a implantação de turnos especiais só será feita mediante estudo do Sindicato sobre os impactos nas condições de vida dos trabalhadores;
- a compensação de feriados prolongados só será estabelecida mediante votação secreta, que acontecerá com antecedência mínima de 30 dias;
- compensação aos sábados: não haverá compensação se coincidir com feriados e, em caso de trabalhar, serão pagas horas extras; se não houver trabalho aos sábados, a compensação será feita de segunda a sexta-feira;
- em caso de interrupção da jornada pela empresa, o período será remunerado e não poderá ser compensado.

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa CNM/CUT)