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Metalúrgicos do Nordeste debatem reforma, formação sindical e combate ao racismo

Plenária, encontro e curso foram promovidos pela CNM/CUT e a Federação Interestadual da categoria, entre os últimos dias 16 e 18, e reuniram 33 sindicalistas da região em Natal (RN).

Publicado: 21 Novembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

 

A alteração dos mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que a reforma trabalhista traz e a disparidade de remuneração entre brancos e negros foram alguns dos pontos que permearam os debates no Encontro Regional de Formação Sindical e do Curso ‘Combate ao Racismo para a Construção da Igualdade Racial’ promovidos pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e a Federação Interestadual dos Metalúrgicos do Nordeste (Fimetal/NE), em Natal (RN).

As atividades, simultâneas, aconteceram nos últimos dias 17 e 18, e tiveram o objetivo de apresentar aos sindicalistas práticas e propostas para qualificar o debate nas bases das entidades da categoria sobre a reação à reforma e sobre a necessidade de combater o racismo no chão de fábrica e na sociedade civil, visando a construção da igualdade racial.

Crédito: Oliane Silva Pinto
Cayres fala na plenária sobre a reforma trabalhistaCayres fala na plenária sobre a reforma trabalhista
Cayres fala na plenária sobre a reforma trabalhista

O encontro e o curso tiveram a participação de 33 sindicalistas do Nordeste e foram precedidos, na véspera (dia 16) da plenária regional sobre a reforma trabalhista, que a Confederação está realizando em todo o país para debater a resistência ao ataque aos direitos da classe trabalhadora (leia a respeito aqui).

Para o secretário de Formação da CNM/CUT, José Roberto Nogueira, o Bigodinho, ‘‘a formação sindical é indispensável para impedir a fragmentação da representação dos trabalhadores e para conscientizá-los sobre a necessidade da luta conjunta em defesa de seus direitos’'. Por isso, destacou a importância dos encontros regionais de formação para qualificar a ação sindical.

Crédito: Oliane Silva Pinto
Dinâmica durante o Encontro Regional de FormaçãoDinâmica durante o Encontro Regional de Formação
Dinâmica durante o Encontro Regional de Formação

O presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos do Nordeste, Fábio Dias, também destacou a importância da formação para os dirigentes, particularmente depois da reforma trabalhista: “Só através da formação estaremos munidos de informações e argumentos consistentes para combatermos a efetivação dos vínculos empregatícios precários”.

Já o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres, avaliou que o desafio do movimento sindical é elevar o grau de conscientização do trabalhador para que ele saiba de que lado está. “Quem não tinha firmeza ideológica, se rendeu ao ‘canto’ das panelas e depois começou a ter consciência que estava errado. Estamos perdendo séculos de lutas com essa reforma trabalhista. Por isso, temos que nos preparar cada vez mais para fazer o enfrentamento. Não se preparar é se omitir, é se acovardar. E o enfrentamento se faz também pela formação’’, afirmou.

O Encontro Regional teve a assessoria do formador e do coordenador pedagógico da Escola Sindical da CUT Nordeste, Jorge Spínola e Edeildo Araújo, respectivamente.

 

Crédito: Oliane Silva Pinto
Christiane (esq.) e Deivison (à dir.)Christiane (esq.) e Deivison (à dir.)
Christiane (esq.) e Deivison (à dir.): pauta do combate ao racismo é fundamental

Igualdade racial
Na abertura do curso Combate ao Racismo, a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane dos Santos, destacou: “Não tem como falar da classe trabalhadora e não falar da questão racial do nosso país. Com este curso, estamos conseguindo mudar o pensamento dos dirigentes, que hoje já veem a importância da pauta da igualdade racial estar incluída nas ações cotidianas do movimento sindical”.

O curso foi ministrado por Deivison Nkosi, cientista político, doutor em Filosofia e pesquisador de temas ligados à população negra. “Queremos uma sociedade melhor. Queremos a transformação da sociedade. Temos que falar da escravidão e temos que falar da contribuição dos negros para a política e para a história. Eles contribuíram muito mais do que podemos pensar”, assinalou.

A partir do conteúdo dos dois cursos, os participantes discutiram ações para curto e médio prazo para envolver a categoria nas lutas em defesa dos direitos trabalhistas e contra o racismo, levando-se em consideração as realidades de cada base.

(Fonte: Oliane Silva Pinto – assessoria de imprensa da Fimetal/NE, com informações da CNM/CUT)