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Metalúrgicos na Ford entram em greve contra demissões no ABC

A paralisação foi aprovada pelos trabalhadores, por unanimidade, durante assembleia na porta da fábrica na manhã desta quinta-feira (10).

Publicado: 10 Setembro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
Paulo Cayres lembrou da unidade dos trabalhadores na FordPaulo Cayres lembrou da unidade dos trabalhadores na Ford
Paulo Cayres lembrou da unidade de mobilização dos trabalhadores na Ford

Um dia após a Ford dar início a demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), os 7 mil trabalhadores da unidade deflagraram greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (10). A paralisação foi aprovada pelos trabalhadores, por unanimidade, durante assembleia na porta da fábrica no início da manhã. A empresa não anunciou o número exato, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, calcula por volta de 200 demissões.

De acordo com Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e integrante do Comitê Sindical de Trabalhadores (CSE) da Ford, a montadora não cumpre com o acordo de estabilidade de emprego até março de 2017. “Com essa atitude, a fábrica rasga o acordo estabilidade e rompe as negociações com o Sindicato. Temos de manter o nível de empregos porque a indústria foi amplamente beneficiada pelas desonerações do governo. É bom lembrar que, para os patrões, essa crise representa apenas redução de lucro. Não vamos aceitar que este ônus sobre para a classe trabalhadora”, afirmou.

Em assembleia, Paulo Cayres ainda lembrou da unidade de mobilização e luta da dos trabalhadores na Ford. “Nós temos organização no local de trabalho e sabemos o quanto isso é importante para momentos como estes. Esta paralisação dos metalúrgicos e prestadores de serviços mostra a unidade da classe trabalhadora. Juntos somos mais fortes”, garantiu.

Para o secretário geral da CNM/CUT e representante do Sistema Único de Representação (SUR) na Ford, João Cayres, a atitude da montadora foi uma surpresa para os representantes dos trabalhadores. “Esta medida foi tomada de forma unilateral pela montadora, sem negociação com o Sindicato. E, infelizmente, ela sinaliza que é apenas o começo de um processo de demissões, por isso esta luta é só o começo”, disse. 

Na unidade, a montadora produz o modelo New Fiesta e caminhões. Antes das demissões, havia 160 trabalhadores com contratos de trabalho suspensos (lay-off) e 59 afastados em banco de horas.

Negociações
Recentemente, duas fabricantes voltaram atrás na decisão de fazer mais demissões. A Mercerdes-Benz cancelou 1.500 cortes na fábrica de São Bernardo do Campo, onde produz caminhões e ônibus. A marca alemã foi a primeira montadora a optar pelo Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, que permite a redução de salários e da jornada de trabalho por até 1 ano, desde que a empresa comprove dificuldades financeiras e haja concordância dos funcionários.

A Volkswagen também desistiu de demitir 43 trabalhadores em Taubaté (SP), onde produz o Up!, além de Gol e Voyage.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)

 

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