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Michel Temer quer restaurar o poder das elites, diz pesquisador

Publicado: 20 Outubro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Foguinho / SMetal
Pedro é mestre em Relações Internacionais pela PUC Minas e estuda o neoliberalismoPedro é mestre em Relações Internacionais pela PUC Minas e estuda o neoliberalismo
Pedro é mestre em Relações Internacionais pela PUC Minas

O golpe ocorrido no Brasil, com a derrubada da presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff, e o avanço de pauta neoliberal, que começa a ser implantada pelo golpista Michel Temer, faz parte de um projeto de restauração de poder das classes dominantes.

Isso é o que aponta o mestre em Relações Internacionais pela PUC Minas, Pedro Henrique Schneider Parreiras. Ele conta que na Europa não se tem tanto a questão de restauração do poder porque o equilíbrio de forças não foi tão alterado. "Não se teve tantos governos progressistas, que alteraram drasticamente os rumos políticos dos países, como tivemos na América Latina".

Parreiras diz que os presidentes progressistas da América Latina, como foi o presidente Lula, não deixaram todas as práticas neoliberais de lado. "Medidas como, por exemplo, a financerização e as privatizações, não cessaram a partir de 2003 no Brasil. Isso tem muito a ver com o aparato ideológico que acabou por criar um senso comum, é uma reposta política automática e econômica para os problemas que existem".

Apesar disso, os governos petistas implantaram políticas públicas importantes e criaram milhões de postos de trabalho. O que, no cenário atual, está em risco. "Com o governo Temer, a PEC 241, essa nova discussão acerca da revisão da reforma da previdência e da reforma trabalhista, tudo indica que a balança irá pender contrariamente aos interesses dos trabalhadores e da população em geral, que é uma característica neoliberal", afirma Parreiras.

Para ele, as classes mais baixas irão pagar o preço porque muitas discussões não são colocadas em pauta. "Não se fala em reforma tributária, vamos tributar aquele que ganha mais ou as grandes fortunas, ou não se fala que vão estancar os gastos em determinadas esferas que tem um peso muito grande. Ou mesmo a dívida pública, que precisa ser revista".

Caminhos
O relações públicas acredita é preciso intensificar a luta política como alternativa ao avanço neoliberal. "Passa pela retomada de diálogo com as bases populares, o papel dos sindicatos, precisa se construir uma oposição sólida, uma frente ampla de esquerda".

Parreira também afirma: "o melhor caminho é a democracia. A garantia dos direitos que foram adquiridos ou aprofundados nos últimos anos". Ele completa que especialmente as lutas trabalhistas devem ser fortalecidas nesse processo. "Nenhum direito a menos é o caminho".

(Fonte: Assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba)