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Mineração de ferro ganha mais presença nos negócios da CSN

Publicado: 15 Maio, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O negócio de mineração de ferro ganhou destaque no balanço do primeiro trimestre da siderúrgica CSN, divulgado ontem. Com vendas em alta, principalmente para o mercado externo, essa operação respondeu por 26% da receita líquida da companhia. O aço, cuja venda sofreu queda de 54% no período, teve sua participação reduzida para 63%.

A CSN apresentou lucro líquido de R$ 369 milhões, menos da metade do que a empresa obteve um ano atrás, porém superior aos desempenhos das concorrentes Usiminas - divulgou prejuízo de R$ 112 milhões - e da Gerdau, que anunciou um lucro de apenas R$ 35 milhões. No negócio aço, a CSN enfrentou, como as suas colegas, a forte retração na maioria dos mercados consumidores de aço no país, bem como no exterior.

Os despachos de minério de ferro, da mina Casa de Pedra e da controlada Namisa (60%), alcançaram 5,4 milhões de toneladas no trimestre. Foi um volume recorde na CSN e 91% dos embarques foram destinados ao mercado externo. As vendas internas, para clientes como a antiga Cosipa (hoje divisão da Usiminas) e guseiros de Minas, tiveram forte retração com a crise econômica.

Há alguns anos, a CSN iniciou pesados investimentos em um projeto ousado para atingir produção até 2013 em torno de 100 milhões de toneladas de minério de ferro. Jayme Nicolato, diretor de mineração da empresa, informou que o montante nesse negócio alcança US$ 3,4 bilhões. Inclui, além de Casa de Pedra, as operações no porto de Itaguaí, para embarque de ferro e outras cargas e recebimento de carvão.

Neste ano, a projeção da CSN, segundo Nicolato, é vender 29 milhões de toneladas de minério de ferro. Desse montante, a Namisa deverá responder por 16 milhões de toneladas. Em números consolidados, a siderúrgica venderia diretamente quase 23 milhões de toneladas. Um grupo de usinas japonesas e da Coreia do Sul tem os outros 40% do capital, fatia pela qual pagaram US$ 3,08 bilhões no fim de 2008.

De acordo com o executivo, devido à retração das vendas no mercado interno, quase toda a venda terá como destino o exterior. "A Ásia é o grande comprador hoje, com o enfraquecimento de Europa e outros mercados. A China, que em 2008, respondia por 50% do mercado transoceânico, agora chega a 80%", afirmou. O produto da CSN está indo, na grande parte, para a China, os sócios do Japão e Coréia e para o Oriente Médio.

Nicolato disse que os preços praticados pela CSN com seus clientes são os de referência do mercado em 2008. "Acertamos pagamento à vista e 30% ficam para definição depois da nova negociação de preços". Conforme fontes do setor, o preço "spot" (à vista) praticado hoje está em torno de US$ 65 a tonelada posto em portos da China. O custo do frete Brasil-China giram em US$ 20 a tonelada. Mas o Brasil com minério rico em teor, tem obtido prêmios de até US$ 7 a tonelada.

A produção da companhia, em Casa de Pedra e nas minas da Namisa, está orçada em 37 milhões de toneladas neste ano. A usina de aço da CSN em Volta Redonda (RJ) deverá consumir entre 6,5 milhões e 7 milhões de toneladas. A unidade está com um alto-forno em reforma e deve operar ao nível de 75% da capacidade até o fim do ano, segundo a empresa.

O diretor informou que ainda neste ano a capacidade de produção de Casa de Pedra deve subir para 40 milhões de toneladas e a de embarque no porto para 45 milhões. A partir de 2010, a ampliação vira mais da Namisa, que tem um plano de investimento de US$ 2 bilhões para chegar a 33 milhões de toneladas por ano, além das 6 milhões que vai adquirir de terceiros na região. Em 2012, Casa de Pedra terá mais uma unidade de 10 milhões de toneladas ao ano.

Se concretizados esses planos, a CSN formatará uma companhia que hoje seria a quarta maior do mundo, atrás de Vale, Rio Tinto e BHP Billiton. Benjamin Steinbruch, principal acionista e presidente da empresa, prevê faturamento de US$ 4,5 bilhões nessa área.

Fonte: Valor

CSN