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Mobilizações avançam para 15º dia contra as 500 demissões na Mercedes-Benz

Cerca de 300 trabalhadores na empresa, em São Bernardo do Campo (SP), montaram acampamento na manhã desta segunda-feira (8). Protesto é por tempo indeterminado.

Publicado: 09 Junho, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
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Metalúrgicos do ABC montaram acampamento nesta segunda-feira (8)

Cerca de 300 trabalhadores na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), montaram acampamento na manhã desta segunda-feira (8) contra as demissões de 500 trabalhadores em layoff (suspensão temporária de contrato de trabalho), anunciadas pela montadora em maio.  

O protesto é por tempo indeterminado e acontece na praça do cruzamento entre a Av. 31 de Março, Av. Lions e o Corredor ABD, na Paulicéia. 
“O acampamento é mais um ação para fortalecer a luta contra as demissões”, declarou o coordenador geral do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na montadora, Ângelo Máximo Pinho, o Max. “Vamos juntos e mobilizados pelo tempo que for necessário. Os trabalhadores estão firmes e comprometidos com a luta até que a diretoria da montadora reveja a decisão e chame o Sindicato para negociar uma alternativa”, defendeu. 

No último dia 25, a montadora oficializou por meio de telegramas a demissão dos trabalhadores que estão em layoff  há um ano e deveriam retornar ao trabalho no próximo dia 15. Na semana passada, 7.500 trabalhadores ligados à produção entraram em férias coletivas com volta prevista para 16 de junho. 

Os funcionários realizaram na semana passada atos em frente às concessionárias da montadora para deixar claro à sociedade e aos clientes da marca a forma desrespeitosa com que a empresa vem tratando os metalúrgicos do ABC.

Crédito: Adonis Guerra
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Protesto acontece entre a Av. 31 de Março, Av. Lions e o Corredor ABD, na Paulicéia 


Segundo o dirigente, a classe trabalhadora sabe da difícil situação do setor, mas segue lutando por alternativas de manutenção dos empregos, como o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE.   “O Programa inverte a lógica atual, que beneficia o trabalhador quando ele já está desempregado. A proposta é para que seja mantido o emprego e o vínculo com a empresa, garantindo que ele se mantenha no posto de trabalho em momentos que a produção estiver em baixa”, afirmou Max. “Com isso, é criada uma garantia do emprego e também o retorno da atividade normal, com o reestabelecimento do mercado”, concluiu o coordenador.

Os trabalhadores na Mercedes já haviam entrado em greve no dia 22 de abril, após a empresa ter anunciado a demissão dos trabalhadores por meio de comunicado à imprensa. Após negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Mercedes cancelou as demissões anunciadas para o início de maio e a greve foi suspensa. 

Na época, o Sindicato encaminhou ofícios ao governo federal com pedido de urgência na adoção do PPE e de outras medidas de estímulo
à economia. 

A luta continua

“Trabalho há 11 anos na montadora e estou junto na luta porque a preocupação com o emprego tem que ser de todo mundo. Se o layoff virar um instrumento só para a empresa fazer terror e demitir, não vai funcionar. O importante é fazer uma luta unida, independente de chuva ou de sol, em defesa dos nossos empregos.”  Adauto Gomes, caminhões pesados. 

“A empresa não teve critério nenhum para colocar o pessoal em layoff e é uma situação comp licada de vivenciar. Quero construiro futuro e pagar o meu apartamento, mas não sei como vai ser odia de amanhã. A empresa quer se aproveitar para fazer demisão em massa em cima do layoff e, por isso, a luta dos trabalhadores é tão necessária.” Patrícia Custódio Carneiro, logística.

“Estar em layoff mudou o meu cotidiano nesses meses e é uma situação difícil. Participei do acampamento anterior e vou ficar neste porque acredito na luta do Sindicato e dos trabalhadores. Tenho 12 anos na empresa e é desumana a maneira com que a Mercedes está nos tratando. Vamos com fé e a nossa luta não será em vão.” João Absolon, eixo traseiro.

“Todo mundo tem as suas dívidas, tem família e depende do emprego. O Sindicato deu a oportunidade de os trabalhadores irem até o fim para
reverter a situação e nós vamos até o fim. Até remarquei as minhas provas na faculdade de engenharia para estar aqui com o pessoal. Minha prioridade é a defesa do emprego.” Juveny Guimarães Ribeiro, pré-montagem de cabina 

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)