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Mulheres da CUT ressaltam conquistas durante o governo Lula e rechaçam Temer

Publicado: 16 Agosto, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Roberto Parizotti
Junéia falou de avanços na legislação e em políticas públicasJunéia falou de avanços na legislação e em políticas públicas
Junéia falou de avanços na legislação e em políticas públicas

Para as mulheres da CUT que participaram nesta segunda-feira de evento (14) em Santo André, no ABC paulista, a Lei Maria da Penha é símbolo do empoderamento feminino conquistado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente esteve presente na cerimônia que comemorou os dez anos de existência da lei que pune a violência doméstica, como mostra reportagem da TVT.

A secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, ressaltou que os avanços nos últimos anos no Brasil resultaram em brasileiras mais empoderadas. “A saída da presidenta Dilma é uma das maiores violência que tivemos, significa dizer para as mulheres que têm de ficar dentro de casa. Só que nossa resposta foi a mobilização. Fomos as primeiras a tomarmos as ruas para defender a presidenta. O que está por trás do golpe é não admitirem que medidas como a Lei Maria da Penha, a Casa da Mulher Brasileira e o Brasil Sem Violência permitissem a muitas meninas estarem vivas.”

Ana Lúcia Firmino, secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT, enumerou outras conquistas, como a implementação das delegacias da mulher, a preferência dada a elas na titulação das terras da reforma agrária e no status de ministério alcançado pela secretaria Especial de Política para as Mulheres durante os governos Lula e Dilma.

Já a secretária de comunicação da CUT-SP, Adriana Oliveira, afirma que as medidas de retrocesso impostas pelo governo interino de Michel Temer, que dentre outras medidas, retirou o status de ministério da secretaria, encontrarão resistência. "Quando o governo interino assume, ele desmonta esse aparato de políticas públicas e dá uma sinalização de que vamos voltar aos tempos em que o estado não levava em consideração a diversidade de gênero, de orientação sexual e racial."

Lula 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a modéstia de lado e reconheceu durante o evento que os Jogos Olímpicos não teriam ocorrido no Rio de Janeiro em 2016 se não fossem os esforços políticos que fez para vencer a disputa com outros países. Ele comentou a cerimônia de abertura do dia 5, com bom humor. “Me senti naquele filme Esqueceram de Mim Número 1”, disse. “Me dei conta de que não existiria Olimpíada no Brasil se não fosse eu. Derrotamos Madri, Tóquio, e derrotamos Obama e a mulher dele, Michele”, afirmou.

Ele disse que o objetivo dos que o perseguem “é criar um empecilho legal para impedir” que ele volte ao Palácio do Planalto, e avisou: “Em 2018, pelo voto, nós vamos voltar a governar este país. Eles que se preparem, que alimentem o ódio que quiserem. Quanto mais ódio alimentarem e mais mentira contarem, mais eu vou crescer. Vou ficar que nem pokémon”.

Em outubro de 2009, o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu o Rio na eleição para a escolha da sede dos Jogos de 2016. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi a Copenhague, na Dinamarca, para defender pessoalmente a cidade de Chicago. “Também ganhei a Copa (do Mundo, em 2014) para o Brasil e também não fui convidado para a abertura”, disse.

Segundo Lula, a realização dos dois maiores eventos esportivos do mundo ajudou o país a levantar a autoestima. “Quebramos o complexo de vira-lata que este país tinha. A gente pode ser pobre, mas a gente não pode perder o orgulho e a autoestima.”

Ele criticou a opinião de que o Brasil não poderia realizar eventos desse porte por haver pobreza e ter de priorizar esse problema em vez de investir nos Jogos Olímpicos. “A Olimpíada não é feita pra acabar com a favela”, disse.

Crédito: Roberto Parizotti
Paulo Cayres (microfone) também participou do evento Paulo Cayres (microfone) também participou do evento
Paulo Cayres (microfone), presidente da CNM/CUT, também participou do evento 

Com a voz rouca, o ex-presidente voltou a falar do impeachment que afastou a presidenta Dilma Rousseff e disse: “Eles não cassaram a Dilma, cassaram o voto que vocês deram a ela. Chegaram ao poder por um atalho”. "Lamento que a elite brasileira não tenha dado conta de conviver com a diversidade", acrescentou.

Lula participou do “Encontro das mulheres e militantes com Lula”, promovido pela CUT- SP, por meio da Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora. O evento debateu os dez anos da Lei Maria da Penha (11.340/06), sancionada em seu governo em 7 de agosto de 2006. A esposa de Lula, Marisa Letícia, foi homenageada no evento.

Maria da Penha
Lula criticou ainda possíveis mudanças na Lei Maria da Penha, por meio de projeto que está no Senado sob relatoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). De acordo com o projeto, medidas de proteção poderão ser expedidas pelo delegado de polícia e não precisarão aguardar decisão de um juiz.

O ex-presidente se disse surpreso com a tentativa do senador tucano de mudar a lei. “Aloysio Nunes já foi diretor da UNE, já foi de esquerda, mas é um troglodita” por querer reformar a legislação, segundo Lula. “A Lei Maria da Penha é um marco regulatório do tratamento que as mulheres têm que receber neste e em qualquer país do mundo.”

Ele lembrou que Maria da Penha, a mulher que inspirou a legislação, foi baleada por seu marido e ficou paraplégica. “Levou 19 anos para o marido dela ser condenado”, disse.  O agressor, Marco Antonio Heredia Viveros, foi condenado a oito anos de prisão em 2002, mas obteve a liberdade com recursos judiciais e foi solto em 2004.

(Fonte: Rede Brasil Atual, com informações da CUT)

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