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Mulheres são destaque em abertura da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (a)

Publicado: 16 Dezembro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Fabio Pozzebom
Mulheres são destaque em abertura da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (a)Mulheres são destaque em abertura da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (a)
Ministros e representantes da da sociedade civil durante abertura da Conferência

Na semana em que a CUT promoverá um ato pela cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) por incitação ao crime de estupro, o presidente da Central, Vagner Freitas, e ministras destacaram o papel de protagonismo das mulheres durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, nesta segunda-feira (15), em Brasília.

Vagner iniciou sua intervenção com o pedido de uma salva de palmas à deputada Maria do Rosário (PT-RS), a quem Bolsonaro disse que não estupraria porque não merecia. A sugestão foi prontamente atendida e ressoou nos discursos seguintes (leia mais abaixo).

O dirigente destacou ainda que a precarização, o ritmo frenético e a terceirização são pilares do adoecimento dos trabalhadores. E ressaltou que a CUT defende a redução da jornada semanal para 40 horas sem redução de salário para todos os trabalhadores, além de estar ao lado dos servidores da saúde na campanha pelas 30 horas semanais.

O secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Geordeci de Souza, está a frente da organização por ser coordenador da Comissão Intersetorial de Saúde do  Trabalhador e representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Somos todos Maria do Rosário
Representante da Frente Parlamentar de Segurança e Saúde no Trabalho, Erika Kokay (PT-DF) voltou ao tema da violência contra as mulheres ao apontar que a atitude do parlamentar com vasta ficha de ataques aos defensores dos direitos humanos representava um ataque a todas.

“Somos todas solidárias a Maria do Rosário para negação do instrumento da apologia do estupro como uma forma de prêmio”, destacou.

Ao referendar as palavras de Erika, a ministra da secretaria de políticas para as mulheres, Eleonora Menicucci, destacou que o ambiente de trabalho está doente pelas condições de trabalho que afetam a saúde mental, em especial, três pontos: o assédio moral e sexual que as trabalhadores sofrem em diferentes categorias no país.

“É uma vergonha adoecer por causa do trabalho, porque esse é o centro que estrutura a vida de mulheres e homens. E é evidente que nós, com nossas tripla jornada de trabalho, sofremos um processo de adoecimento muito mais visível. Quero que um dia não precisemos fazer mais de saúde do trabalhador e da trabalhadora falando em doença, mas sim em saúde. As mulheres tem a responsabilidade de colocar esses temas em debate, porque se formos esperar dos homens, é melhor nem sairmos de casa”, alertou a ministra.

15ª Conferência de Saúde vem aí
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, fez um balanço da 4ª Conferência em comparação às anteriores, a última delas, realizada há nove anos. Enquanto o primeiro encontro serviu para estabelecer diretrizes, a segundo para avança nessas diretrizes e a terceira para aprofundar temas específicos como a questão dos agrotóxicos, a quarta apresenta três desafios centrais.

“Não podemos perder de perspectiva o que já discutimos, que é pensar a saúde a partir da proposta de desenvolvimento social, econômico e ambientalmente sustentável. Precisamos também qualificar a capacidade dos Centros de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerests) e cuidar de problemas que não são atendidos nesses espaços e deverão ser tratados em rede interconectadas”, disse.

Ao ler uma mensagem enviada pela presidenta Dilma Rousseff, Chioro divulgou a assinatura do decreto que convoca a 15ª Conferência Nacional de Saúde e destacou a importância desses espaços de debate na ampliação da democracia.

“Uma sociedade mais justa passa pelo compromisso do governo com a democratização de espaços de gestão, com maior transparência e maior participação social. Passa por desvendar os meandros da democracia e expor para a sociedade brasileira os mecanismos de gestão. Para isso, de fato, precisamos contar com um coração valente que possa suportar contradições e possa ter um compromisso inabalável com uma sociedade cada vez mais fortalecida pelos laços da democracia e dos direitos sociais”, apontou.

A 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador segue até quinta (18), quando realizará uma etapa final para apontar ao diretrizes de atuação sobre o tema.

(Fonte: Luiz Carvalho da CUT Nacional)

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