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Municípios atraem mais shoppings e montadoras

Publicado: 12 Maio, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Novos empreendimentos comerciais e a vinda de montadoras para o país podem conferir ainda mais dinamismo ao emprego fora das grandes cidades. Neste ano, o número de shoppings em municípios menores deve superar a quantidade de estabelecimentos nos polos urbanos, segundo expectativa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A previsão da associação é que 273 shoppings estejam em funcionamento no interior no fim de 2014, ante 258 nas capitais. Hoje, existem 501 shoppings no país, dos quais 251 estão nas capitais e 250, nos outros municípios.

A indústria automotiva também deve gerar mais ocupações neste ano e no próximo em cidades do interior, mesmo em meio a um cenário de enfraquecimento das vendas de veículos. No mês passado, a Nissan inaugurou sua fábrica em Resende, no sul do Rio de Janeiro. Ainda neste ano, estão previstas as aberturas do parque industrial da Chery, em Jacareí, interior de São Paulo, e da BMW, em Araquari, Santa Catarina. Em 2015, a Honda deve iniciar as operações de sua segunda planta industrial no país, em Itirapina, município paulista. Hoje, a produção de automóveis da empresa está concentrada em Sumaré, também no interior de São Paulo.

Ainda em 2015, são esperadas a abertura de três fábricas no interior: da Fiat, em Goiana, no norte de Pernambuco; da Mercedes, em Iracemápolis, no interior de São Paulo; e, por fim, da Land Rover, em Itatiaia, no Rio de Janeiro.

Gleide Souza, diretora de relações governamentais do BMW Group Brasil, conta que, no início, Santa Catarina não estava no radar da empresa, mas o Estado ofereceu um terreno interessante, próximo de Joinville. Além da postura do governo e da proximidade com seis portos, a executiva menciona que foi de interesse da BMW se instalar em local que não fosse um centro totalmente desenvolvido, política da companhia praticada também em outros países para agregar valor às regiões.

Segundo Gleide, o nível de qualificação encontrado em Araquari é "bastante bom" e a prioridade é contratar pessoas da cidade. A BMW abriu um centro de treinamento em Joinville com uma linha de produção que funciona como uma réplica da que será montada na fábrica a 20 km de distância. Cerca de 150 funcionários já começaram a ser treinados neste centro e a empresa planeja chegar a um quadro de 800 empregados até outubro. Até 2015, a fábrica deve ter 1,3 mil funcionários.

Além de estar construindo uma segunda fábrica em outra cidade do interior, a Honda vai concentrar em Sumaré todas as operações administrativas da América do Sul, hoje instaladas em São Paulo, e inaugurou um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento este ano, também na cidade de sua primeira planta industrial. Segundo Paulo Takeuchi, diretor de relações institucionais para o continente sul-americano, a decisão não visa reduzir custos, mas sim ganhar agilidade e competitividade.

A integração tem término previsto para o segundo semestre de 2014. Já a fábrica de Itirapina deve ser inaugurada no segundo semestre de 2015. De acordo com Takeuchi, existe boa oferta de mão de obra especializada na região, mas mesmo assim a Honda está desenvolvendo programas de treinamento e capacitação junto às prefeituras das duas cidades onde está instalada. A previsão é que cerca de duas mil pessoas sejam contratadas para a unidade de Itirapina. Já a planta de Sumaré deve receber em torno de 700 novos colaboradores, somando a nova sede administrativa e o centro de pesquisa.

Por email, a Chery respondeu que é importante se beneficiar de mão de obra qualificada, dado que o Vale do Paraíba é um polo tecnológico de "extrema importância", mas observou que a instalação da fábrica em Jacareí também será positiva para a cidade porque vai criar empregos e pode atrair outras empresas ao local. A unidade deve empregar 1,5 mil funcionários, e a companhia chinesa segue interessada em absorver profissionais demitidos da General Motors na cidade vizinha de São José dos Campos.

No caso dos shopping centers, o presidente da Abrasce, Luiz Fernando Veiga, afirma que o crescimento do setor é uniforme em todo o país, mas há um maior número de inaugurações no interior devido à menor burocracia e ao menor custo dos empreendimentos. "Os terrenos são muito mais baratos nas cidades menores e também há mais opções de espaço", diz Veiga, para quem também existe um certo apreço de prefeituras e moradores do interior em ter um shopping na sua cidade.

Além de ser considerado um sinal de desenvolvimento do município, ele menciona que o simples anúncio de um novo estabelecimento gera valorização dos imóveis em seu entorno e, por conseguinte, um aumento na arrecadação de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

(Fonte: Valor Econômico)