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Não tem arrego! Milhares vão às ruas contra terceirização

Publicado: 16 Abril, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CUT
Não tem arrego! Milhares vão às ruas contra terceirizaçãoNão tem arrego! Milhares vão às ruas contra terceirização
Milhares tomaram as ruas de São Paulo contra terceirização

Sem selfie com a PM, sem apologia a golpe e sem axé, milhares de pessoas foram às ruas na noite desta quarta-feira (15), em um grande ato que parou São Paulo e encerrou o “Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330”.

Passava das 18 horas quando os movimentos sociais e centrais sindicais partiram do Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, e começaram a caminhada até a avenida Paulista, onde chegaram às 20h30, reencontrando os sindicalistas que durante a tarde protestaram na frente do prédio da Fiesp.

Durante o trajeto, palavras de ordem contra o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e discursos que combatiam pautas da direita, como redução da maioridade penal e, principalmente, o PL 4330, que libera a terceirização no Brasil.

A chuva não impediu que os manifestantes caminhassem até a avenida Rebouças e seguissem até a rua Oscar Freire, via ocupada por lojas luxuosas, onde em um dos comércios um menino negro, filho de um cliente, foi expulso no dia 31 de março.

Com nossos direitos, a direita não vai mexer
No alto do caminhão de som, lideranças sindicais e de movimentos sociais se revezavam no microfone. Além da CUT e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), estavam presentes a Intersindical, Nova Central e Conlutas, além do MST (Movimento dos Sem Terra). Algumas personalidades da política nacional também apoiaram o ato, como Luciana Genro, do PSOL e o professor da USP, Vladimir Safatle.

“Para nós termos um Brasil melhor, vai ter que mexer na linha econômica. Ajuste, se for pra fazer, que faça nas grandes fortunas”, defendeu o presidente da CUT, Vagner Freitas, que atacou o projeto da terceirização: “Se for preciso fazer uma greve nacional pra impedir que se aprove o PL 4330, não tenham dúvidas de que faremos”

Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, também criticou o projeto do ex-deputado Sandro Mabel, que hoje é defendido com afinco por Eduardo Cunha. “Nós vamos barrar o PL 4330, nem que seja na marra. Não vão nos calar. Não vamos aceitar o maior ataque aos direitos dos trabalhadores na história do Brasil.”

Na linha de ataque ao avanço da direita nos direitos e conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras, o MST lembrou do “abril vermelho” e anunciou que outras ações ocorrerão no campo para lembrar os 19 anos do “Massacre de Eldorado dos Carajás”. Para o dirigente do movimento, Gilmar Mauro, a reforma agrária deve estar na pauta como a reforma política e “a terceirização é um assalto" que não se pode permitir. “Não haverá golpes nesse país, sem resistência de massa. Os nossos movimentos não formaram covardes”, afirmou.

O ato encerrou um dia intenso, de luta e paralisações em todo o país. Ações coordenadas pela CUT e demais centrais sindicais foram responsáveis por paralisações de rodovias, interrupção da circulação de ônibus, trens e metrô em diversas capitais, além do fechamento de agências bancárias em todo o país, entre outras atividades. Os atos cooperaram para mostrar a Brasília que os trabalhadores brasileiros não aceitarão passivamente o PL 4330. 

(Fonte: Igor Carvalho - CUT Nacional)

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