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Nissan confirma fábrica de motores em Resende (RJ)

Publicado: 06 Janeiro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Em sua primeira visita à fábrica brasileira da Nissan desde que anunciou a construção da planta, em 2011, o CEO Carlos Ghosn aproveitou a deixa para confirmar oficialmente nesta segunda-feira (6), que o complexo industrial também terá uma linha de produção de motores. Segundo o presidente mundial da Aliança Renault Nissan, serão produzidos em Resende (RJ) – onde a unidade está prestes a entrar em operação – os motores 1.6 16V flex etanol-gasolina, de 111 cavalos, que vão equipar o hatch March e o sedã Versa que começam a ser montados no Brasil durante o segundo trimestre deste ano. Os propulsores 1.0 também usados por ambos os modelos continuarão a ser fornecidos pela Renault de São José dos Pinhais (PR).

Ghosn afirma que a produção de motores em Resende representa investimento de R$ 140 milhões, já incluídos dentro dos R$ 2,6 bilhões que estão sendo investidos no complexo. “Vamos começar a produzir motores com 50% de peças nacionais no primeiro ano, mas a intenção é seguir aumentando esse conteúdo. É um elemento muito importante para aumentar a nacionalização de nossos produtos aqui”, explica. A fábrica de motores no Brasil já fazia parte dos planos da Nissan, mas não logo no início da operação. O projeto inicial previa a importação dos propulsores do México para depois adotar a fabricação local. Contudo, após a publicação do Inovar-Auto, com elevação das exigências de compras no País, a Nissan decidiu antecipar a nacionalização do motor 1.6.

“Esta é minha primeira visita à fábrica e vi que tudo está em boa situação para a inauguração durante o primeiro semestre de 2014”, disse Ghosn, sem precisar a data exata, que deve ocorrer no segundo trimestre. As obras civis estão quase concluídas, boa parte do maquinário está sendo instalado e já foram contratados 1,5 mil empregados – número que chegará a 2 mil quando a unidade atingir plena operação, no segundo semestre do ano. A planta de motores especificamente participa desse contingente com 200 empregos diretos e terá a mesma capacidade inicial da linha de montagem de carros: 200 mil unidades/ano.

Todo o investimento está sendo bancado com caixa próprio da Nissan, sem participação do BNDES. "Queríamos começar a produzir logo e tínhamos recursos para isso, terminamos 2013 com cerca de US$ 10 bilhões em caixa", diz o executivo.

“Em nenhum outro empreendimento que fizemos no mundo tivemos tanto treinamento para assegurar a qualidade da produção”, garante Ghosn. Segundo ele, todos os 1,5 mil já contratados passaram por extensiva preparação, a maioria na fábrica do México, mas também no Japão e Índia.

A produção de Resende, tanto de carros como de motores, será focada nos mercados do Mercosul, sem previsão de exportações para outras regiões. Também terá foco só na marca Nissan, não está no horizonte visível produzir ou vender aqui os Datsun – marca de veículos populares da fabricante japonesa que será relançada este ano, incluindo produção no México. “Não temos planos de modelos Datsun no Brasil, queremos primeiro crescer com a Nissan. Não digo que nunca vai acontecer, mas a prioridade hoje são March e Versa”, afirma Ghosn.

Após o início da produção em Resende, o executivo diz que o papel do México no mercado brasileiro passará a ser complementar. “O México ajudou muito a lançar a Nissan no Brasil. Em 2013, dos quase 80 mil veículos que vendemos, 50 mil vieram da fábrica mexicana. E podia ser mais, só não foi por causa das cotas de importação. Mas com a fabricação local vamos importar só modelos complementares”, explica Ghosn. Ele também garante que nunca houve planos de fazer o Note na planta fluminense, apesar de alguns fornecedores terem sido consultados sobre o tema. “O Note nunca foi considerado para esta planta”, disse.

É bastante provável, mas ainda não confirmado pelo executivo, que o Note seja importado do México. O carro recém-renovado poderá substituir o Livina, que pode deixar de ser produzido na fábrica da Renault em São José dos Pinhais. Em um ato falho, Ghosn disse que “só a picape Frontier seguirá sendo feita no Paraná”, e logo na sequência François Dossa, presidente da Nissan Brasil, reforçou que “o Livina também”.

(Fonte: Automotive Business)