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Nissan espera crescer 45% em 2014

Publicado: 16 Junho, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Com ritmo de produção subindo aos poucos em Resende (RJ), a Nissan espera que seu investimento de R$ 2,6 bilhões faça sua participação no mercado brasileiro avançar dos atuais 2% para 3% até o fim deste ano, rumo ao objetivo declarado de conquistar 5% até 2016 e tornar-se a marca japonesa número um em vendas no País.

“O cenário é de queda do mercado em torno de 5% este ano, mas nós vamos crescer porque agora temos fábrica e produtos para isso, podemos roubar market share dos outros com o lançamento recente do New March nacional e muito em breve a fabricação aqui do Versa renovado”, diz François Dossa, presidente da montadora no Brasil. Com isso, a Nissan passaria de 100 mil unidades emplacadas em 2014, o que representaria crescimento superior a 45% sobre 2013.

Dossa afirma que a Nissan não enfrenta o problema de restrição crédito vivido por outras marcas. “Temos o apoio da RCI (a financeira da Aliança Renault-Nissan), com linhas do Santander. Não nos faltam recursos para oferecer crédito e temos índice de aprovação de financiamento de 80%, bastante acima da média do mercado”, diz o executivo. Segundo ele, isso ocorre principalmente por causa do perfil da clientela, predominantemente formada por pessoas das classes A e B, com poder aquisitivo para comprar produtos importados mais caros. “Mas quero mudar isso com o tempo, pois também precisamos vender os carros mais populares”, adianta.

Dessa forma, ao contrário da maioria das montadoras no País, a Nissan vive momento de prosperidade após a inauguração da fábrica no sul fluminense. “Agora somos brasileiros de verdade e temos capacidade para crescer”, destaca Dossa, contando com o potencial da nova planta, de 200 mil unidades/ano – praticamente 10 vezes mais do que na linha compartilhada com a sócia Renault em São José dos Pinhais (PR) desde 2000. Trabalhando em um turno, a unidade chegou na semana passada dias a produzir 180 carros em um dia, o maior volume diário até agora. Até o fim do ano, o sedã Versa vai dividir a linha com o New March e um segundo turno deve entrar em atividade, elevando assim a capacidade anual para 170 mil veículos no primeiro ano fiscal japonês de operação, de abril a março.

O plano é manter o atual número de concessionárias em 169. “Acreditamos que este nível é o suficiente no momento, mas vamos adotar crescimento maior da rede em regiões onde ainda há espaço para crescer, como no Nordeste, Norte e Centro-Oeste”, diz Dossa. “Nosso planejamento prevê 195 pontos de venda até 2016, para preencher os espaços vazios.”

Dossa avalia que a retração do mercado é natural neste momento. “Foram 10 anos de crescimento contínuo, é normal essa acomodação. Além da queda este ano, também não esperamos expansão em 2015, que deve ficar estável em relação a este ano. Mas as vendas devem voltar a crescer a partir de 2016”, estima.

Nacionalização
O maior esforço da nova fábrica da Nissan agora, segundo Dossa, está em aumentar a nacionalização de componentes. Já existem seis fornecedores trabalhando próximos à planta e outros sete estão a caminho. A meta é aumentar o índice de localização dos atuais 64% para 80% nos próximos anos. “Mas não é só comprar peças de alguém aqui, é preciso também que meus fornecedores também comprem componentes nacionais”, ressalta.

O executivo diz que a volatilidade do câmbio afeta negativamente a produção no País. “Claro que ninguém tem 100% de localização, mas minha resposta para o câmbio desfavorável é a de buscar a maior nacionalização possível.”

Em paralelo ao desenvolvimento de fornecedores locais, Dossa conta que outras medidas devem ajudar no esforço de localização. Uma delas é o aumento de 100 para 300 vagas no curso de engenharia mecânica do campus de Resende da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Também está nos planos a criação de um polo tecnológico de pesquisa e desenvolvimento na região, com apoio do governo federal.

Na sede da Nissan, no Rio, já entrou em operação um centro de design, para conferir retoques brasileiros aos carros da marca feitos aqui. “Tudo isso ajuda na nacionalização”, finaliza Dossa.

(Fonte: Automotive Business)