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Sem salários e indenizações, metalúrgicos de estaleiro podem parar Niterói e Rio na sexta

Publicado: 07 Julho, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Assembleia discute ações com trabalhadoresAssembleia discute ações com trabalhadores
Assembleia discute ações com trabalhadores do EStaleiro EISA

O Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí realizou duas assembleias com os trabalhadores nesta terça-feira (07). A primeira aconteceu na porta do Estaleiro Eisa Petro Um (Estaleiro Mauá) com os trabalhadores que ainda são funcionários da empresa, mas que, no entanto, não estão trabalhando. A segunda aconteceu na frente do Sindicato, com os demitidos pelo Eisa Petro Um nos últimos dias 23 e 24 de junho. Nos dois momentos, o Sindicato atualizou as informações aos trabalhadores e traçou os próximos passos para buscar soluções.

Nesta segunda-feira (06) venceu o prazo para pagamento dos salários dos trabalhadores que ainda estão na ativa no Estaleiro. O Eisa Petro Um ainda não informou a data para quitar os salários e também não cumpriu uma exigência do Sindicato de abrir os portões para que os metalúrgicos voltassem ao trabalho e mantivessem a produção e as negociações.

A direção da empresa alega uma retenção de fatura pela Transpetro, que acabou inviabilizando o pagamento dos salários referente aos dias trabalhados em junho. O montante daria para quitar os salários dos cerca de dois mil metalúrgicos que aguardam em casa a reabertura do estaleiro.

Na segunda-feira, a Justiça do Trabalho bloqueou outros R$ 15 milhões da Transpetro para garantir o pagamento das indenizações dos demitidos. Na sentença, o juiz da 3ª Vara do Trabalho de Niterói alegou relevância social e demissão em massa sem garantias dos direitos trabalhistas para os demitidos. A Transpetro tinha até as 17h30 de ontem para efetuar o depósito em juízo.

Na assembleia com os demitidos, o Sindicato informou o bloqueio dos R$ 15 milhões e informou que aguarda a liberação da Justiça do Trabalho para o início dos pagamentos e as homologações. Sobre as carteiras de trabalho retidas no Estaleiro Eisa Petro Um, a direção do Sindicato acordou com o RH da empresa o envio de uma lista de trabalhadores que necessitam do documento para entrada em novos empregos. Essa lista será entregue o mais rápido possível para os procedimentos de baixas.

Os metalúrgicos aprovaram, ainda, sob orientação do Sindicato, uma nova assembleia para sexta-feira, 10 de julho, na porta do Estaleiro Eisa Petro Um com todos os trabalhadores, demitidos e os que ainda são funcionários da empresa, o que totaliza três mil metalúrgicos. O Sindicato vai organizar, caso não haja nenhuma novidade em relação aos pagamentos, uma passeata até a sede da Petrobras, no Rio, com todos os trabalhadores que deverão permanecer acampados na porta da empresa até que uma solução seja apresentada.

Dragagem do Canal de São Lourenço em Niterói
Um grupo de empresários, prefeitura e o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói se reuniram também nesta terça-feira (07), nas dependências do Estaleiro MacLaren Oil, na Ponta d’Areia, em Niterói, para discutir soluções para a crise da indústria naval e a falta de investimentos pela Petrobras em Niterói. A dragagem do canal de São Lourenço foi tido como o principal fator para a retomada dos empregos na região. A medida, que se arrasta há alguns anos, permitiria a atracação de navios em vários diques de estaleiros que se localizam ao final da baia de Guanabara entre os bairros da Ilha da Conceição e Ponta d’Areia em Niterói.

No entanto, a não-concessão de uma licença pela INEA – Instituto Estadual de Ambiente emperra toda a sequência das atividades. A prefeitura de Niterói, através do secretário de Indústria Naval, Luiz Paulino, afirmou que vem buscando soluções junto ao governo do Estado para resolução do impasse e início das obras.

O encontro discutiu a criação de uma comissão formada por empresários e trabalhadores para tentar resolver os impasses. Um novo encontro deve acontecer nos próximos dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói com a posse dos membros dessa comissão.

(Fonte: Willian Chaves – Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói)