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No ABC, Lula diz que Temer também deu golpe no Senado

Ex-presidente participou na manhã desta sexta (20) da reunião da diretoria plena do Sindicato dos Metalúrgicos e debateu momento político com os participantes.

Publicado: 20 Maio, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Ricardo Stuckert
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Lula: "Bastam seis senadores para que o impeachment não passe"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã desta sexta-feira (20), da reunião da diretoria plena do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em que os diretores de base apresentaram as avaliações que têm recolhido dos trabalhadores sobre o atual momento político e econômico do Brasil. Ao lado do presidente da entidade, Rafael Marques, do vice Aroaldo Oliveira da Silva, da diretora Ana Nice e do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNMN/CUT), Paulo Cayres, Lula ouviu os relatos de 20 diretores por cerca de 1h30, tomou nota e fez uma breve análise sobre os próximos passos da luta pela garantia de conquistas e direitos.

Os trabalhadores falaram sobre a decisão da CUT de não participar da primeira reunião convocada pelo governo interino e golpista de Michel Temer (PMDB), as formas de manter a atuação classista e reforçar a luta política que está sendo liderada, neste momento, pelos coletivos de mulheres e pela juventude, e saídas para a crise econômica e para o impasse político - como a proposta de novas eleições gerais.

Crédito: Divulgação
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Ex presidente Lula com Paulo Cayres (esq.) e Rafael Marques na mesa do evento

Lula iniciou sua fala com uma autocrítica sobre a preferência do PT e dos governos petistas em atingir resultados econômicos em detrimento da formação política dos trabalhadores. "Quando a gente só pensa no resultado, e não na política, você não faz muita diferença entre os candidatos, os governos. A extrema esquerda e a extrema direita podem levantar um monte de viadutos, do mesmo jeito. O que faz diferença são as relações que você estabelece com a sociedade organizada do país, e disso tenho muito orgulho. Fizemos 74 conferências nacionais, que começavam elegendo delegado em conferência municipal, depois na estadual, e depois para a conferência nacional, das quais eu participei de pelo menos 70. É uma relação de confiança. Não fui eleito para fazer o que eu queria, mas o que quem me elegeu queria. O que deixo de saldo é a relação com a sociedade organizada neste país e o legado da convivência democrática", afirmou.

Ele lembrou ainda que, assim que tomou posse, convocou todo o seu ministério a conhecer os recantos mais pobres do Brasil para que os integrantes do seu governo pudessem conhecer de perto a realidade da população.

Lula criticou ainda a mudança radical no rumo da gestão pública com a gestão interina e golpista de Temer. "O maior golpe que este governo deu foi contra o Senado. Não foi isso que o Senado decidiu, não foi o impeachment, eles não podem dar de barato que já venceram. Os senadores aprovaram apenas a análise do processo de imeachment. É como se a Dilma estivesse viajando, ela está afastada, mas é a presidenta. Bastam seis senadores para que o impeachment não passe. E se a Dilma volta daqui um mês, vai ter de desfazer tudo que eles fizeram?", ponderou.

(Fonte: Instituto Lula, com informações da CNM/CUT)

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