No ABC, Sindicato garante desterceirização na Ford
Publicado: 23 Julho, 2015 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: Adonis Guerra |
No ABC, Sindicato garante desterceirização na Ford |
Acordo garante emprego a 500 trabalhadores |
Em negociação dos representantes do SUR (Sistema Único de Representação) e CSE (Comitê Sindical de Empresa) com a Ford de São Bernardo do Campo (SP), o setor de logística na fábrica foi desterceirizado. Com este acordo, cerca de 500 trabalhadores foram realocados ou contratados. Entre eles, companheiros que retornaram do layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), trabalhadores considerados excedentes internos pela fábrica e que estavam em empresas terceirizadas.
“Enquanto setores conservadores da sociedade defendem os interesses dos empresários com o Projeto de Lei 4.330, que é a precarização do trabalho, o Sindicato e seus representantes trabalham em uma frente contrária à terceirização”, afirmou o diretor executivo Alexandre Colombo.
A desterceirização do setor faz parte do acordo de estabilidade de emprego até 2017 aprovado pelos trabalhadores em março deste ano. “Essa conquista garante melhores condições de trabalho, salários e qualidade no emprego aos trabalhadores”, destacou Colombo.
O coordenador geral do SUR e CSE, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, destacou que a medida foi fundamental para evitar o que vem acontecendo no setor. “A negociação foi extremamente importante e possibilitou a empresa contratar em momentos de dificuldades e evitar a precarização do trabalho”, disse. “Com o acordo, conseguimos manter os empregos e trazer mais trabalhadores para a fábrica”, prosseguiu Paraíba.
O acordo deste ano também criou uma mesa de negociação permanente para discutir a viabilidade de novos produtos e o fortalecimento da planta de São Bernardo. “Continuaremos discutindo alternativas para trazer todos os trabalhadores de volta”, concluiu Colombo.
Avaliação dos trabalhadores na Ford
“Fiquei em banco de horas por três meses e mais dois meses em layoff. Quando fui chamado de volta, fiquei surpreso. Trabalhava na produção e agora estou na logística. A cabeça estava a mil porque não sabia se ia voltar para a fábrica. Trabalho há 22 anos na Ford, tenho dois filhos e agora é só alegria. A negociação do Sindicato foi muito importante. É muito bom trabalhar.” (Pedro Godoy, retornou do layoff e agora está na logística)
“Trabalho há oito anos na produção e agora estou na logística. É uma oportunidade nova e os trabalhadores se ajudam muito. Estava preocupada porque o cenário nas montadoras está difícil, mas o Sindicato conquistou essa ação para evitar demissões. Agora é tudo novo e novos caminhos se abrem para a gente.” (Ligia Ribeiro Paiva, trabalhava na produção e agora está na logística)
“Eu era terceirizada há quase três anos e agora sou trabalhadora na Ford. Quero aprender mais e estou planejando estudar logística para aprimorar o meu trabalho. É uma felicidade sem explicação e vou buscar fazer o meu melhor. A negociação foi algo que não esperava. Fiquei apreensiva nessa crise e com medo de ficar desempregada. Daí o Sindicato veio com garra e luta para defender os empregos.” (Mariana Carvalho, era terceirizada e foi contratada na Ford)
“Trabalhava há quase três anos na empresa terceirizada de logística e virar trabalhador na Ford é a realização de um sonho. Os benefícios da PLR e o plano de saúde nem se comparam ao que eu tinha antes. O respeito e a força da representação dos trabalhadores é muito forte aqui. A expectativa de vestir a nova camisa foi grande e vou dar o meu melhor.” (José Alípio Santos, era terceirizado e foi contratado na Ford)
"Tenho 27 anos de fábrica, a produção caiu e começaram a sobrar postos de trabalho. A preocupação começou a aparecer nas áreas. Manter o emprego nesse período em que as empresas estão demitindo é uma grande conquista do Sindicato. Fui chamado para mudar da funilaria para a logística. Faltam dois anos para me aposentar. Se eu saísse agora, ficaria difícil conseguir outro emprego.” (Osório Minas, o Buiú, trabalhava na funilaria e agora está na logística)
(Fonte: Imprensa - SMABC)