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Oposição anuncia 'paralisação política' contra reforma da Previdência

Publicado: 13 Dezembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os deputados federais contrários à reforma da Previdência vão obstruir todas as votações na Câmara Federal partir desta terça-feira (12). A decisão foi comunicada no período da tarde, durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa na Casa.

O líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), disse que a iniciativa é uma "paralisação política" para protestar contra a reforma. "Nós envidaremos todos os esforços para pavimentarmos uma obstrução dura, segura para evitarmos a votação", completou.

De acordo com o líder, a decisão foi tomada pelo grupo a partir de um diálogo com segmentos da sociedade, como centrais sindicais e movimentos populares.

A ideia é massificar a pressão contra o Planalto, para desidratar ainda mais a base de apoio que defende a reforma. A matéria tramita na Câmara com o nome de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287.

Considerada a pauta mais impopular do Planalto, a PEC encontra resistência dentro da própria tropa de choque do governo. Por conta disso, a votação tem sofrido constantes adiamentos.

Para aprovar o texto, são necessários 308 votos. Na semana passada, o governo chegou a dizer que espera o apoio de cerca de 330 parlamentares, mas o número é contestado pela oposição. De acordo com José Guimarães, os cálculos indicam que os votos da base não chegariam a 241. Já a oposição projeta um total de 270 votos contra a reforma.

A instabilidade em torno do possível placar tem tido forte ressonância na agenda parlamentar, que está voltada especialmente para a PEC. "Não há risco de eles terem os 308 votos e o Congresso não pode ficar nesta paralisia esperando a boa vontade de quem quer que seja", criticou o líder.

A líder do PCdoB na Câmara, Alice Portugal (BA), destacou que a obstrução da pauta está em sintonia com os desejos da sociedade. "É um projeto que não é da vontade da nação brasileira, por isso a nossa obstrução é consciente", ressaltou.

A oposição informou que pretende voltar à normalidade dos trabalhos somente se o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistir de colocar o texto em votação este ano. A expectativa é de que a PEC perca o apoio de mais deputados se ficar para 2018, por ser um ano eleitoral. Hoje a oposição projeta um total de 270 votos contra a reforma.

(Fonte: Cristiane Sampaio - Brasil de Fato)