MENU

Para Paulo Cayres, greve geral reforça luta internacional contra ataque a direitos trabalhistas

Presidente da CNM/CUT esteve em congresso dos trabalhadores na indústria da Espanha e relata que investida neoliberal contra trabalhadores acontece em todos os continentes.

Publicado: 25 Abril, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
- -
Cayres participou do Congresso da CCOO, em Toledo 

A ameaça de fim dos direitos trabalhistas é uma ação globalizada do capitalismo para voltar a impor a política neoliberal em todo o mundo. O alerta é do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, ao reforçar a necessidade da mobilização dos trabalhadores para barrar os ataques a conquistas e direitos e da participação massiva na greve geral desta sexta (28) contra as reformas do governo golpista.

Cayres participou na última semana de congresso dos trabalhadores na indústria ligados à Confederación Sindical de Comissiones Obreras (CCOO) da Espanha e relata que um dos principais debates foi o ataque aos direitos trabalhistas naquele país e em seus vizinhos europeus.

“Está havendo uma forte investida por parte do neoliberalismo em todo o mundo. Na Europa, estão pondo fim ao modelo de estado de bem-estar social – que assegura direitos sociais e trabalhistas. No Brasil, o golpe foi para acabar com a política inclusiva dos governos Lula e Dilma, para atacar e acabar com os direitos”, assinala. “A lógica do capitalismo mundial é a do trabalhador ponto zero, ou seja, com ‘zero’ direitos”, completa, ao fazer a analogia com a revolução industrial denominada Indústria 4.0.

O Congresso da CCOO Indústria, que aconteceu em Toledo, reuniu centenas de trabalhadores de todas as regiões da Espanha, além de quase 100 convidados internacionais. “A solidariedade e a luta de classe não tem fronteiras e são fundamentais contra as ações articuladas do capital internacional contra nossas conquistas”, reforça o presidente da CNM/CUT, contando que na Espanha também há uma investida contra a Previdência Social e a legislação do trabalho conforme relatado no evento.

“Não há conquista nem avanços sem luta. Basta lembrar que foi preciso lutar muito para que as mulheres tivessem direito a voto no Brasil, para reduzir a jornada de trabalho de 16 horas diárias”, exemplifica, ao reiterar a importância da greve geral e da mobilização contínua dos trabalhadores e dos movimentos sociais.

Unidade sindical
A CCOO Indústria representa metalúrgicos, químicos, têxteis e trabalhadores em energia de todo o país e tem contrato coletivo de trabalho nacional.

O tema do Congresso foi “o desafio de crescer – mais indústrias, mais empregos, mais direitos” e durante os três dias em que estiveram reunidos, além de analisarem a conjuntura (adversa) e fazerem um balanço das ações sindicais, os participantes debateram propostas para os modelos industrial e energético que defendem, ações para ampliar a mobilização e a sindicalização à entidade e a resistência aos ataques governamentais contra a legislação trabalhista e previdenciária no país.

“A unidade dos trabalhadores do ramo industrial é um exemplo para o Brasil e mostra que a CUT está no caminho certo ao propor o Macrossetor da Indústria [MSI] para unificar lutas e propostas”, destaca Cayres. O MSI foi criado em 2012 e representa metalúrgicos, químicos, têxteis, trabalhadores na indústria da alimentação e na construção.

Solidariedade e apoio
Em nota veiculada no site da entidade, a CCOO demostrou seu apoio à greve geral no Brasil, contra a reforma trabalhista e previdenciária. Para a central espanhola, se aprovadas, a nova legislação brasileira devolveria milhões de pessoas à pobreza. Leia aqui a íntegra em espanhol.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)