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Perfil do Setor

Publicado: 05 Dezembro, 2005 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

A indústria de Bens de Capital (BC) é tradicionalmente reconhecida como um componente estratégico de um padrão de desenvolvimento rápido e sustentado,  em função dos papéis que desempenha nos processos de acumulação de capital e geração e difusão do progresso técnico.

Considerando os diversos aspectos econômicos existente no início dos anos 90 e das mudanças institucionais dessa década, verificou-se uma difusão tecnológica diferenciada nas empresas (paradigma microeletrônico), e alteraram-se as condições de sobrevivência e desenvolvimento no setor, ampliando a heterogeneidade entre os fabricantes de bens de capital e os produtos ofertados.

A oferta de bens de capital mecânicos no Brasil mostra maior competitividade em produtos de média e baixa intensidade tecnológica, e que são caracterizados por serem intensivos em insumos e em mão-de-obra, pois o Brasil além de possuir uma boa oferta de aço, possui ainda baixos salários.

Existem várias empresas, tanto nacionais quanto estrangeiras, explorando esses mercados.
Em outro extremo estão os bens de capital sob encomenda, geralmente envolvendo um conjunto muito mais complexo de conhecimentos técnicos e de produção. Nesses segmentos predominam as empresas de capital estrangeiro.

Empresas multinacionais definiram que o Brasil se constitui na sua base produtiva para atendimento do mercado sul americano. Nesses casos, os produtos fabricados no Brasil estão entre os menos sofisticados da pauta de produção dessas empresas.

Outro conjunto de bens de capital são produzidos no Brasil em função da existência de algum mercado interno relevante ao mesmo tempo em que o custo de transporte é significativo. Nesses casos, a proximidade física do mercado reduz os custos de transportes.

Entre os produtos seriados de baixo valor agregado e os de bens de capital sob encomenda mais sofisticados, encontram-se vários outros bens de capital e é esse segmento intermediário que pode estar mais ameaçado pela constituição de área de livre comércio, seja com a América do Norte ou com a União Européia.

Durante a década de 90, as cadeias produtivas da indústria de Bens de Capital sofreram um grande processo de internacionalização. Outro fator, é que alguns componentes que constituem elos de cadeias produtivas são importados, o que fragiliza a indústria nacional. Outros problemas enfrentados por essa indústria são: pequena escala de produção; capacidade técnica limitada em engenharia de produto e processo, e baixo nível de automação eletrônica de processos.

Para os próximos anos o setor necessita de financiamento para poder resolver o gargalo de produção, já que a utilização da capacidade instalada está entre 85% e 95%.

O setor de bens de capital é um dos quatro setores escolhidos como estratégico pelo governo, portanto, terá linhas de financiamento especiais, segundo o documento interministerial Diretrizes de política industrial, tecnológica e de comércio exterior. O documento propõe ainda políticas especiais para empresas de menor porte, tais como financiamento por consórcio de empresa ou assemelhados, ou ainda, estimulando a fusão de empresas.

A representação patronal desse setor, Abimaq, está propondo ao governo uma reforma tributária com a isenção plena e imediata do IPI e do ICMS para bens de capital mecânico, para desonerar o investimento produtivo. A outra reivindicação é de isonomia no tratamento de produtos nacionais e importados, já que nesse segundo não há incidência de PIS, conferindo um viés importador para a economia brasileira.