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Petroleiros cruzam os braços em todo o país

Greve de 24 horas, em defesa da Petrobras e contra a mudança do sistema de exploração do pré-sal, teve o apoio de trabalhadores e dos movimentos sociais.

Publicado: 24 Julho, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: FUP
Paralisação atingiu unidades em todo BrasilParalisação atingiu unidades em todo Brasil
Paralisação atingiu unidades em todo Brasil

Desde a zero hora desta sexta-feira (24), petroleiros de todo o país estão de braços cruzados. As atividades ficarão interrompidas por 24 horas nas unidades operacionais e administrativas do Sistema Petrobras. A greve de advertência acontece 20 anos após o histórico movimento de maio de 1995, quando a categoria parou por 32 dias e impediu a privatização da empresa.

"Novamente, os petroleiros estão prontos para o enfrentamento. Nas assembleias, demonstraram extrema maturidade ao compreender a gravidade do atual momento político do país e os riscos que a categoria sofre em função dos cortes, venda de ativos e desinvestimentos aprovados pelo Conselho de Administração da Petrobras e do PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP)", avaliou a coordenação da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

"Metalúrgicos, em especial os que trabalham na indústria naval, operários da construção civil, petroleiros terceirizados já estão sofrendo as consequências do desmantelamento que atinge a indústria petrolífera nacional. Milhares de postos de trabalho foram fechados, obras paralisadas, investimentos suspensos. Professores e estudantes também correm o risco de verem fracassar o Plano Nacional de Educação, caso o projeto de Serra siga adiante em seu propósito de mudar a Lei do Pré-Sal e, consequentemente, acabar com o Fundo Social Soberano, cujos recursos garantirão a meta de 10% do PIB para a educação", explicou ainda a Federação, ao referir-se à conjuntura do setor.

Os sindicalistas informaram que a greve nacional desta sexta-feira é o inicio de uma árdua batalha que os petroleiros, os trabalhadores, os estudantes e os movimentos sociais terão pela frente para barrar o PLS 131 e impedir o desmonte da Petrobras, caso a empresa siga adiante com o novo Plano de Gestão e Negócios, que pretende cortar 89 bilhões de dólares em investimentos e em despesas e colocar à venda 57 bilhões de dólares de ativos.

Desde à zero hora, trabalhadores das unidades da Petrobras em todo o país entraram em greve e realizaram protestos, que contaram com a participação de trabalhadores de várias categorias. O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, participou dos protestos em frente à Refinaria de Manaus. Dirigentes da CNM/CUT também representaram a entidade nas manifestações no Espírito Santo e Pernambuco, entre outros Estados.

Crédito: Divulgação
Metalúrgicos presentes no protesto em Manaus (AM)...Metalúrgicos presentes no protesto em Manaus (AM)...
Metalúrgicos presentes no protesto em Manaus (AM)...
Crédito: Divulgação
... e também no Espírito Santo... e também no Espírito Santo
... no Espírito Santo... 
Crédito: Divulgação
... e também em Pernambuco... e também em Pernambuco
... e também em Pernambuco

A articulação em defesa da Petrobras vem ganhando cada vez mais adeptos. Na última quarta-feira (22), por exemplo, foi lançada no Ceará a Frente Ampla em Defesa do Pré-Sal.

Crédito: Divulgação
No Ceará, movimentos se unem em defesa do Pré-SalNo Ceará, movimentos se unem em defesa do Pré-Sal
No Ceará, movimentos se unem em defesa do Pré-Sal

Luta continua em Brasília
Na primeira semana de agosto, quando acaba o recesso do Congresso Nacional, os trabalhadores voltarão à Brasília para retomar a luta contra o PLS 131, que visa retirar da Petrobras a função de operadora única do Pré-Sal e acabar com sua participação mínima em 30% dos campos exploratórios.

Há cerca de duas semanas, dirigentes da FUP e de seus sindicatos, junto com petroleiros e trabalhadores de várias estados do Brasil e movimentos sociais, fizeram forte pressão no Senado e conseguiram derrubar o regime de urgência do Projeto, que seria votado na segunda semana de julho. Essa foi a primeira batalha ganha em uma luta que só está começando. A mobilização reverteu, em apenas três semanas, um quadro que estava totalmente a favor da aprovação do projeto tucano, que abre caminho para retirar o pré-sal do controle do Estado e entregar essa riqueza às multinacionais.

O PLS 131 foi remetido para uma Comissão Especial, que terá 45 dias para debater a proposta entreguista de Serra e, logo em seguida, o projeto retorna ao plenário para apreciação. Portanto, não há tempo a perder. Por isso, os movimentos sindical e social estão articulando essa nobilização no Congresso Nacional.

(Fonte: FUP, com informações da CNM/CUT)

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