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Peugeot mantém plano de crescer fora da Europa

Publicado: 03 Agosto, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Na recente troca de comando mundial do grupo PSA Peugeot Citroën chegou à filial da América do Sul uma boa notícia: a decisão estratégica de crescimento fora da Europa, tomada por Christian Streiff, antecessor de Philippe Varin, novo presidente mundial, permaneceria inalterada. Da mesma forma, a América do Sul terá lugar garantido nessa rota de expansão.

Mas, se no Brasil o que mais preocupa é saber o que acontecerá com o mercado depois do aumento do IPI, na matriz os desafios de Varin são mais complexos. Envolvem desde a profunda crise na Europa até as discussões sobre possíveis alianças em um novo cenário automobilístico mundial.

A mudança no comando mundial da companhia ocorreu com a crise. Varin, um executivo de 56 anos, assumiu o cargo no início de junho. Ele vem da siderúrgica anglo-holandesa Corus, empresa que ele ajudou a recuperar. O presidente das operações no Brasil e na América do Sul, Vincent Rambaud, de 50 anos, assumiu o cargo na gestão anterior, de Christian Streiff, que ficou dois anos na companhia, depois de uma rápida passagem pela Airbus.

Rambaud e Varin têm em comum a formação acadêmica. Os dois estudaram na Escola Politécnica de Paris, uma das mais importantes universidades da França. Rambaud parece satisfeito com as declarações que Varin tem feito a respeito da necessidade de o grupo crescer fora da Europa. "Philippe Varin diz que o grupo PSA tem pontos fortes, mas o ponto fraco é ser muito centrado na Europa", destaca Rambaud. Para o presidente da PSA no Brasil e Mercosul, "transformar a empresa em um grupo global é a condição do seu sucesso". Mas, como o novo presidente mundial é também muito pragmático, a primeira coisa que Varin deve fazer é reforçar os pontos fortes antes de avançar nos fracos.

O excesso de capacidade de produção de veículos nos países desenvolvidos é hoje uma aflição mundial. Nesse cenário, as discussões em torno de futuras alianças surgem com mais frequência. Na PSA, qualquer negociação nesse sentido tem de passar pela família Peugeot, que tem 30% do capital da empresa e 45% dos direitos de voto.

No grupo PSA Peugeot Citroën, os dirigentes não comentam sobre possibilidades de união ou pequenos acordos que a companhia francesa poderia fazer com outra montadora.

Rambaud limita-se a lembrar as palavras do novo presidente mundial. Varin, segundo ele, costuma dizer que uma condição para qualquer negociação nesse sentido é que a empresa jamais perca a independência.

Rambaud lembra, ainda, que entre as alianças já feitas na indústria automotiva mundial há casos de sucesso e também de fracasso. "Mas num contexto difícil como o atual as empresas deverão se mostrar mais abertas à possibilidade de alianças porque as condições de hoje são mais favoráveis a isso do que no passado", afirma o executivo.

Fonte: Valor