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Peugeot pára produção e cerca de 1,5 mil funcionários terão novo recesso

Publicado: 13 Janeiro, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A crise econômica que atingiu o mundo vem afetando diretamente a produção industrial. Um dos setores que mais sofreu foi, sem dúvida, o automotivo. Em Porto Real-RJ, a direção da montadora PSA Peugeot-Citroën decidiu dar novas férias coletivas entre os dias 26 deste mês e 24 de fevereiro para aproximadamente 1,5 mil funcionários. Com isso, esses funcionários, que voltaram ao trabalho no último dia 5, após quase um mês em casa, nem bem começaram a trabalhar e já vão entrar em um novo período de recesso. O terceiro turno, que entrou em funcionamento em 2007, também deixará de vigorar por três meses e os funcionários vão ficar em casa, recebendo 75% do salário, mas sem trabalhar.

Segundo informações da Assessoria de Imprensa da montadora, o novo período de férias coletivas faz parte de um plano de ajustes da empresa visando enfrentar a queda nas exportações ocasionada pela crise mundial e, consequentemente, a queda na produção. Sobre algumas demissões que ocorreram, a assessoria informou que elas não estão relacionadas aos problemas da economia mundial, mas sim, com ajustes no próprio quadro da empresa, que normalmente ocorrem no final do ano, e também devido ao término de alguns contratos.

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense informou que tinha conhecimento da possibilidade de serem dadas novas férias coletivas. O diretor de Comunicação, Carlos Pinho da Silva, disse que a decisão da empresa foi tomada exatamente para que não houvesse demissões.  "A empresa demonstrou que não tem intenção de demitir, tanto é que está concedendo novas férias. Ao contrário do que ocorreu em Volta Redonda, quando, no nosso entender, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) se precipitou e demitiu funcionários. Quanto ao pessoal do terceiro turno, que tem previsão para ficar em casa até abril, pode ser que esse prazo seja menor, tudo depende de como o mercado vai reagir a essa crise", disse o diretor.

Apesar das palavras tranquilizadoras da Assessoria de Imprensa e do sindicato, o fato é que entre os funcionários o clima é de angústia. Muitos têm medo de serem demitidos assim que retornarem das férias coletivas. "É muito angustiante começar o ano com a incerteza de que o emprego será mantido ou não. Evitei até fazer novas compras no final do ano com medo de não poder pagá-las", disse um empregado, morador de Porto Real.

A desconfiança também já atinge o comércio local. Um comerciante do Centro da cidade disse que está evitando até vender a prazo para funcionários da montadora com medo de não receber depois.

Fonte: A Voz da Cidade