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Por empregos, direitos trabalhistas e Previdência, Centrais farão ato dia 16

Organizações sindicais anunciaram em encontro nesta terça (26) realização de assembleia no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, e apontaram que insatisfação com governo é unânime.

Publicado: 26 Julho, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O encontro que reuniu a CUT e as demais centrais sindicais na manhã desta terça-feira (26), em São Paulo, após dois anos da marcha da classe trabalhadora, foi o primeiro passo na reconstrução de uma mobilização conjunta em defesa de empregos, direitos e da Previdência Social.

Durante o evento, que contou também com a CSP-Conlutas, ainda não reconhecida, as centrais anunciaram que o próximo ato unitário será uma Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, marcada para o dia 16 de agosto no Estádio do Pacaembu, nos moldes da manifestação que ocorreu em 2010, antes da eleição presidencial.

Na coletiva que antecedeu o ato, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que as organizações davam ao país o recado de que nenhuma delas aceitará negociar retirada de direitos.

“O que nos unifica é a não retirada de direitos e nos preocupa quando aparece na imprensa proposta desse governo de reforma da Previdência, aumento da idade mínima e igualar a idade para aposentadoria de homens e mulheres. Nos preocupa também desvincular a aposentadoria do salário mínimo, o que seria uma tragédia para milhares de pessoas”, disse.

Propostas
A Central também não aceita, apontou Vagner, discutir propostas que sobreponham o negociado ao legislado, medida que permitiria a quebra de regras como pagamento de 13º e férias, em bases onde os sindicatos não têm a mesma força do patrão.

“Quando falam em flexibilizar direitos é sempre para direitos dos trabalhadores tanto do setor privado quando do público”, disse o cutista.

O documento unificado das centrais, aprovado por unanimidade no encontro, cobrou do governo golpista de Michel Temer o cumprimento de medidas como redução da taxa de juros para o crescimento industrial e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário (leia no quadro abaixo).

Durante o ato, Vagner falou que é preciso ter uma agenda de desenvolvimento para o país e não de arrocho. “Quem tira o Brasil da crise é o investimento na produção, no mercado interno, com crédito para subsidiar setores que criam emprego, formalização dos nossos trabalhadores. Quer melhorar a Previdência? Basta cobrar a dívida de quem sonega”, sugeriu.

O presidente da CUT também tratou da construção da greve geral. “Precisamos fazer uma cruzada pelo Brasil em defesa do emprego e temos que começar pelas cidades onde há mais desempregados. Trabalhador não faz greve por política, mas por direitos; se mexerem em nossos direitos, temos obrigação de dar resposta. Podemos ter divergência, mas nosso inimigo é o patrão. E greve geral só acontece se todas as centrais quiserem fazer”, explicou Vagner.

O vice-presidente da CGTB, Ubari Dantas, o Bira, também falou sobre a necessidade de uma greve geral para frear qualquer tentativa de ataque aos trabalhadores. “Esse governo está esperando a poeira baixar para vir em cima dos nossos direitos. Se esse governo insistir em retirar direitos, vamos promover uma greve geral de cabo a rabo neste país.”

Ruim para todos
O secretário geral da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, lembrou que não foi necessária a reforma trabalhista para o país ter pleno emprego e que o discurso é uma forma de aproveitar a crise para retirar direitos. Ele referia-se ao período de governo do ex-presidente Lula, quando medidas de estímulo à economia foram adotadas, o que contribuiu para que os efeitos da crise internacional não chegassem com força no país.

“Sem necessidade de reforma ou flexibilização de direitos tivemos pleno emprego. Hoje temos 13 milhões de desempregados e o caminho é retomar o desenvolvimento para que o mercado aqueça e gere emprego. Precisamos é de reformas estruturais”, falou.

Para todas as Centrais, o governo interino do golpista Michel Temer não tem apresentado propostas capazes de promover o desenvolvimento sem seguir a cartilha fracassada de jogar a conta no colo dos trabalhadores.

Até mesmo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que apoiou o golpe contra o mandato de Dilma Rousseff, destacou que a gestão golpista tem sido inócua: “O governo não tem tomado medidas concretas para enfrentar a crise da forma como esperamos, como baixar a taxa de juros.”

O ato foi encerrado com gritos de "Greve geral" e “Fora Temer”, o que demonstra que o movimento sindical não tem mesmo nenhuma expectativa de que os golpistas de plantão atendam os interesses da classe trabalhadora.

 
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(Fonte: Luiz Carvalho - CUT Nacional)

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