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Presidente da CSB rompe com PMDB e com o governo golpista

Publicado: 04 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antonio Neto, anunciou nesta terça-feira (4) sua desfiliação do PMDB e a consequente ruptura com o governo golpista de Michel Temer. Neto tinha mais de 30 anos de militância no partido.

Segundo o sindicalista, sua decisão decorreu, principalmente, da imposição ao Congresso Nacional das reformas previdenciária e, em especial, a trabalhista, pelo governo Michel Temer e apoiadas por grande parte dos parlamentares do PMDB.

Em carta protocolada no Diretório Nacvional e dirigida ao presidente interino do PMDB, senador Romero Jucá, Neto, Antonio Neto enfatiza que “que não há como “permanecer filiado ao Partido que, sob o comando de uma pequena cúpula, que afronta o programa partidário; ignora os anseios e a vontade do povo; promove a destruição da Constituição de 1988; enxovalha a democracia duramente conquistada; desrespeita e desmoraliza os Poderes da República; rasga os direitos trabalhistas e sociais; avilta os direitos previdenciários e enterra os sonhos da construção de uma Nação mais justa e igualitária.”

A carta relembra importantes passagens do PMDB na política brasileira até a “crise institucional atual.”  Destaca que, “por meio um processo parlamentar e da deposição da presidente eleita democraticamente, o PMDB chegou à Presidência da República". Mas a proposta de uma conciliação e diálogo não durou muito. "Tão logo esquentaram a cadeira, uma pequena corte palaciana, por interesses e conchavos impublicáveis, até mesmo por sobrevivência indulgente, passou a atuar como tropa de choque de uma casta improdutiva e estúpida, que quer impor ao Brasil a ampliação da exploração do homem sobre o homem, implodindo a economia do País e o jogando no caos social, que envergonha todo e qualquer cidadão que tenha o mínimo de sensibilidade”, desabafa.

O presidente da CSB (central com mais de 800 sindicatos filiados) repudia a ausência de compromisso do PMDB com uma agenda de direitos sociais dos trabalhadores, fruto da deterioração das posições do partido, sem levar em consideração o regimento interno da sigla e seu programa interno. “Para atender aos interesses de grandes grupos econômicos e do setor financeiro, impôs ao Parlamento e à sociedade brasileira uma reforma previdenciária e trabalhista que devasta por completo todo e qualquer direito dos trabalhadores."

E chama atenção também para o descrédito que Congresso brasileiro obtém, ao abrir mão de legislar. "Digna de governos autoritários, diante da majoritária repulsa do povo brasileiro, o governo tenta aprovar tais medidas, expondo o parlamento brasileiro a um vexatório papel de subscritor de deletérias alterações legislativas, que causarão sofrimento, fome, desregulamentação do mercado de trabalho e até mesmo o óbito político de muitos que seguirão cegamente o caminho do abismo."

E conclui: "Sigo minha trajetória de luta. Sigo firme os meus princípios. Não desertarei à minha consciência e seguirei  combatendo  nas  trincheiras  do povo, defendendo os interesses dos trabalhadores."

(Fonte: CUT Nacional)